Só me resta levar os meus cachorros, Sartoris, Frida e João para a terra dos cangurus. Para que vivam mais

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Tenho tanto respeito por cachorros que jamais digo a palavra cães (presumo que, no fundo, tenha a ver com minha herança católica).

Não consigo imaginar minha casa sem cachorros — sim, no plural. Eu e Candice temos o João Fidelis, um labrador espertíssimo, brincalhão e amante de passeios longos, e os schnauzers Sartoris, tímido devido à cegueira, e Frida, carinhosa com os donos e ranheta com estranhos.

Alegria é uma palavra que não define bem os três quando chegamos em casa ou quando estamos brincando com eles. É provável que a palavra “explosão” deva acompanhar alegria — uma explosão de alegria, por assim dizer.

Há pouco tempo, colhemos um gatinho atropelado, o Bola Sete, na Avenida 136, e levamos para casa. Carente, logo adaptou-se e se tornou amigo íntimo do João (veja a foto abaixo), para quem a vida é uma festa permanente, e da Frida. Sartoris, como não enxerga, nunca conseguiu defini-lo e, por isso, decidiu não integrá-lo.

João e Bola Sete 1

Bola Sete foi adotado recentemente, por uma amiga de Candice, e João Fidelis e Frida “sentiram” sua falta — como nós. Tudo indica que, depois de conviver com três cachorros, Bola Sete se tornou uma espécie de “gachorro”.

Um político mineiro me contou que o presidente Juscelino Kubitschek tinha um teste infalível para saber se uma pessoa era “boa” ou não. Era preciso acompanhá-la até sua casa. Lá, ao chegar, se o cachorro não fizesse festa, era preciso desconfiar, não do cachorro, mas de seu proprietário. Não era boa gente.

Cachorros são amigos fieis — na tristeza e na alegria. Tê-los é como ter um filho eterno — até que a Velha Senhora entre em campo e faça a separação definitiva, restando a história e as estórias.

No domingo, 17, a morte votou o impeachment da cachorra mais velha do mundo, Maggie (foto acima), da raça kelpie. Ela tinha 30 anos e vivia com seu dono, Brian McLaren, numa fazenda da Austrália. Ela guardava o gado da propriedade, com extremo zelo. Nos últimos anos, meio aposentada, não trabalhava tanto, mas ainda brigava com gatos.

“The Independent”, jornal da Inglaterra, afirma que o Livro dos Recordes, o Guiness, informa que Bluey era, até agora, considerado o cachorro que mais anos viveu — 29. Ele morava na Austrália e morreu em novembro de 1939, logo depois do início da Segunda Guerra Mundial.

Pelo visto, a Austrália é o local propício para cachorros viverem mais. Só me resta mudar para o país dos cangurus e dos cachorros longevos e, claro, levar João Fidelis, Sartoris e Frida.