Luis Nassif processa ministro do Supremo Tribunal Federal que o processou

28 agosto 2015 às 17h19
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Gilmar Mendes sugeriu que blog de Nassif, “financiado por dinheiro público”, teria sido “criado para atacar adversários e inimigos políticos”
Nos últimos anos, ao lado de Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, Luis Nassif [foto acima], um dos mais gabaritados jornalistas de economia do país, tem se envolvido em polêmicas com jornalistas, sobretudo da revista “Veja”, e também com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Apontam, os acusadores, Nassif como um companheiro de jornada do petismo, como um jornalista do establishment red. Frequentemente arrolam o que fatura (na casa dos milhões), no governo federal, com seu blog. É provável que, apesar de suas simpatias políticas, o profissional seja mais um outsider do que um “integrado”.
Há pouco tempo, depois de publicar textos críticos em seu blog, foi processado pelo ministro Gilmar Mendes (que tem ganhado processos de jornalistas). Os dois, aparentemente, não se toleram. Na quinta-feira, no portal GGN, Nassif revelou que está processando o integrante do STF: “O ministro Gilmar Mendes me processou, um daqueles processos montados apenas para roubar tempo e recursos do denunciado. Eu poderia ter ficado na resposta bem elaborada do meu competente advogado Percival Maricatto. Mas resolvi ir além”.
Por meio do recurso da reconvenção, Nassif, o acusado, se tornou acusador de Gilmar Mendes. Em sessão no Supremo, Gilmar Mendes [foto acima] disse, segundo relata Nassif, que um blog, “financiado por dinheiro público”, teria sido “criado para atacar adversários e inimigos políticos”. Embora não tenha mencionado nenhum nome, o ministro sublinhou que o blog é de um jornalista que “foi demitido da ‘Folha de S. Paulo” e criou uma coluna chamada “Dinheiro Vivo”. É uma citação, mais direta do que indireta, entendeu Nassif. Daí ação judicial.
Nassif explica por que moveu a ação contra o ministro do Supremo: “A intenção do processo foi responder às suas ofensas. Mais que isso: colocar à prova a crença de que não existem mais intocáveis no país. É um cidadão acreditando na independência de um poder, apostando ser possível a um juiz de primeira instância em plena capital federal não se curvar à influência de um ministro do STF vingativo e sem limites”.