Livro resgata história dos indivíduos que fugiram da Alemanha Oriental por meio de túneis

13 maio 2017 às 09h30

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Tevês americanas chegaram a financiar a construção de túneis com o objetivo de ter exclusividade na divulgação das fugas

Ditaduras, por mais cruentas que sejam, não conseguem segurar as pessoas. Reprimem, prendem e, até, matam. Mas as pessoas resistem. Os comunistas criaram o Muro de Berlim para separar as duas Alemanhas — a socialista e a capitalista. A Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental (socialista) não poderiam se comunicar. Era a determinação da política stalinista sem Stálin. Mas os indivíduos reagiram e até construíram túneis — debaixo do muro — para liberar parentes, namorados e amigos. A história é contada no livro “Os Túneis — A História Jamais Contada das Espetaculares Fugas Sob o Muro de Berlim” (Vestígio, 352 páginas, tradução de Carolina Caires Coelho), de Greg Mitchell.
Numa espécie de aventura quase quixoteca, as redes CBS e NBC, dos Estados Unidos, chegaram a financiar a construção de túneis. O objetivo era documentar e, seguida, divulgar, de maneira exclusiva, as fugas cinematográficas.
O presidente John Kennedy não autorizou a ação das redes de televisão. “Um muro é melhor do que uma guerra”, disse o líder democrata. “Nós não nos importamos com Berlim Oriental”, acrescentou. Importavam, sim, mas os Estados Unidos não tinham força suficiente, no sentido de dissuasão, para se contraporem a ação comunista no Leste Europeu. Então, no lugar de intervir, era mais inteligente manter-se a distância.