Hitler e Himmler esperavam que, “depois de passar por um processo de ‘germanização’”, as crianças se tornassem “a próxima geração da ‘raça superior’ ariana”

Foto: reprodução

As histórias sobre o nazismo nada têm de lisonjeiras; são, no geral, atrozes, como o Holocausto. Mas há temas menos pesquisados, como o Lebensborn, formulado por Heinrich Himmler, um dos chefes nazistas mais empedernidos. Por meio do programa, foram raptadas mais de meio milhão de crianças em vários países da Europa. O objetivo da ditadura de Hitler era “germanizá-las”. Há um grande, belo e doloroso romance sobre o assunto, “Marcas de Nascença” (L&PM, 320 páginas, tradução de Ilana Heineberg), da escritora canadense Nancy Huston, que conta parte da história. O livro “O Trauma Alemão — Experiências e Reflexões: 1938-2000” (Bertrand Brasil, 420 páginas), da jornalista e historiadora Gitta Serenny, contém um capítulo extraordinário a respeito.

Agora chega ao Brasil um livro específico sobre o tema: “As Crianças Esquecidas de Hitler — A Verdadeira História do Programa Lebensborn” (Contexto, 240 páginas, tradução de Rogério Bettoni), de Tim Tate e Ingrid von Oelhafen. Release da editora: “O programa Lebensborn, criado por Heinrich Himmler, foi responsável pelo rapto de nada menos que meio milhão de crianças por toda a Europa. Esperava-se que, depois de passar por um processo de ‘germanização’, elas se tornassem a próxima geração da ‘raça superior’ ariana na segunda fase da Solução Final.

“No verão de 1942, pais de toda a ex-Iugoslávia, na época ocupada pelos nazistas, foram obrigados a submeter os filhos a exames médicos para avaliar sua pureza racial. Uma dessas crianças, Erika Matko, tinha nove meses quando os médicos a declararam apta a se tornar uma ‘criança de Hitler’. Levada para a Alemanha e entregue a pais de criação que já haviam passado pelo crivo nazista, Erika recebeu o nome de Ingrid von Oelhafen. Muitos anos depois, Ingrid começou a descobrir sua verdadeira identidade.

“Embora os nazistas tenham destruído muitos registros de Lebensborn, Ingrid encontrou documentos raros, incluindo os depoimentos do julgamento de Nuremberg sobre sua própria captura. Rastreando pistas até seu local de nascimento, Ingrid descobriu um segredo ainda mais surpreendente: uma mulher chamada Erika Matko, que havia sido entregue para a mãe de Ingrid como uma espécie de ‘bebê substituta’.”