Livro registra a história do judeu que caçou e prendeu o comandante do campo de extermínio de Auschwitz
16 abril 2014 às 13h36
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“O Judeu-Alemão e a Caçada ao Kommandant de Auschwitz” (Rocco, 302 páginas, tradução de Ângela Lobo), de Thomas Harding, é “fascinante, comovente e notável”, diz o historiador Max Hastings, autor de algumas das obras seminais sobre a Segunda Guerra Mundial. Conta-se a história de Hanns Alexander, que caçou e prendeu o nazista Rudolf Höss.
Thomas Harding é sobrinho-neto de Hans Alexander, mas consegue contar uma história relativamente imparcial, até onde isto é possível — a objetividade é sempre uma quimera pretensiosa. Ele apresenta uma história com nuances, evidenciando contradições, não para “perdoar” o cruel Rudolf Höss, e sim para entender os motivos por que fez o que fez.
Tornar Rudolf Höss mais “humano” não significa, insistamos, perdoá-lo, e sim compreendê-lo. Harding não cria uma história com mocinho e vilão. Até as contradições de seu parente são expostas com crueza, mas sem perder certa delicadeza. Aqui e ali, fica-se com a impressão de que se trata de um livro de antropologia que incorpora, digamos, a história e a investigação jornalística. Não à toa Harding estudou antropologia e ciência política na Westminster School e escreve no “Financial Times” e no “The Guardian”.