O primeiro-ministro sabia que, sem oposição, o líder nazista transformaria a Europa em serva

Churchilliana — Os três maiores políticos do século 20 são Winston Churchill — hors concours —, Franklin D. Roosevelt e Ióssif Stálin. Há, claro, os que vão discordar de uma lista que inclui o “homem de aço” da União Soviética, mas é preciso admitir que os Aliados ganharam a Segunda Guerra Mundial — de um oponente duríssimo, a Alemanha de Adolf Hitler — graças, em parte, aos soldados dirigidos por um político que, mesmo não sendo admirável, mostrou competência. Paradoxalmente, pode-se dizer que o socialismo salvou o capitalismo e o capitalismo salvou o socialismo.

Ao contrário de Roosevelt, que não tem biografias decentes no Brasil, Stálin é muito bem aquinhoado. “Stálin — Parado­xos do Poder” (Objetiva, 1176 páginas, tradução de Pedro Maia Soares), de Stephen Kotkin, e “Stálin — A Corte do Czar Vermelho” (Companhia das Letras, 912 páginas, tradução de Pedro Maia Soares), de Simon Sebag Montefiore, são bio­grafias excelentes.

Churchill, além de filmes, tem sido bem tratado pelas editoras patropis. Agora, sai, pela Crítica, o livro “O Destino de uma Nação — Como Churchill Desistiu de um Acordo de Paz Para Entrar em Guerra com Hitler” (280 páginas), de Anthony McCarten.

Churchill decidiu lutar contra Hitler por vários motivos. Primeiro, porque, se não enfrentasse, toda a Europa — inclusive a Inglaterra — se tornaria colônia dos alemães. Segundo, porque, para o primeiro-ministro inglês, a democracia era um valor universal. Um acordo com o líder nazista feria todos os seus princípios políticos.