Livro de Rosa Freire D’Aguiar reconta Paris e contém entrevistas com escritores e intelectuais

18 agosto 2023 às 19h41

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Rosa Freire d’Aguiar é uma tradutora excepcional. Louis Ferdinand-Celine em português, pelas mãos da jornalista, é tão bom que, a despeito de continuar francês — e com uma prosa mais inventiva do que a da turma do noveau roman —, parece, digamos, um excelente prosador brasileiro. Destaco “Viagem ao Fim da Noite” (Companhia das Letras, 506 páginas): “Quando não se tem imaginação, morrer não é nada; quando se tem, morrer é demais”, diz o narrador (página 29).
Mais recentemente, Rosa Freire D’Aguiar traduziu Marcel Proust, com a excelência de sempre. O autor de “Em Busca do Tempo Perdido” parece mais “vivo” na versão da brasileira.
Mas há a Rosa Freire D’Aguiar jornalista, anterior à tradutora. Excelente jornalista, por sinal, tanto escrevendo reportagens quanto entrevistando personalidades famosas. Um pouco de seu trabalho agora aparece em livro, “Sempre Paris — Crônica de uma Cidade, Seus Escritores e Artistas” (Companhia das Letras, 360 páginas). Ainda não li o livro, mas entrou para a minha lista de leitura penelopiana, cada vez mais extensa e desmanchando-se, com frequência, por causa dos lançamentos, como o da viúva de Celso Furtado (o admirável economista).

Sinopse da Editora Companhia das Letras
“Bienvenue à Paris dos escritores, dos cafés e das transformações culturais. Ao combinar memórias e entrevistas, a jornalista e tradutora Rosa Freire d’Aguiar oferece um registro extraordinário de uma cidade e de uma época pulsantes.
“Durante os anos 1970 e 1980, Rosa Freire d’Aguiar trabalhou como correspondente internacional em Paris. Os restaurantes mais badalados da época, a chegada do primeiro avião comercial supersônico, a devolução do deserto do Sinai ao Egito, tudo que dizia respeito a cultura e política internacional virava notícia, que era rapidamente despachada por telex para o Brasil. E, claro, as longas entrevistas, que marcaram a era de ouro das publicações impressas.
“Com um texto saboroso, na melhor tradição do jornalismo literário, a autora reconstitui a atmosfera fervilhante que dominava a cidade — dos cafés e livrarias até os embates sociais e políticos que permeavam o dia a dia dos franceses. O livro ainda inclui 21 entrevistas com intelectuais, escritores e políticos, aqui personagens incontornáveis da história cultural do século XX: Alain Finkielkraut, Alberto Cavalcanti, Conrad Detrez, Élisabeth Badinter, Ernesto Sabato, Eugène Ionesco, Fernand Braudel, François Perroux, Françoise Giroud, Georges Simenon, Jorge Semprún, Julio Cortázar, Michel Serres, Norma Bengell, Peter Brook, Raymond Aron, Roger Peyrefitte, Roland Barthes, Romain Gary, Simone Veil e Suzy Solidor.”