Livro de Carlos Higa analisa Lacerda, o político cujo “hobby” era demolir presidentes

08 janeiro 2022 às 14h33

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O mestre em História explica o jornalista e político por intermédio das cartas que escreveu para outros políticos
O mestre em História Carlos César Higa é um lacerdólogo ou lacerdófilo?
O professor e pesquisador está mais para lacerdólogo, apesar da simpatia (empatia, vá lá) pelo personagem histórico que estuda há anos. Como o jornalista Gay Talese, o scholar avalia que, para compreender, é preciso aproximar-se, o que não significa, necessariamente, apoiar discursos e ações. A aproximação permite que, quando se vai analisar o homem e o político, se tenha o distanciamento necessário para julgar de maneira abrangente. Higa “avalia” Carlos Lacerda não por suas próprias opiniões, e sim pelo que disse o jornalista e político. Não se trata de um moralista, mas sim de um pesquisador rigoroso e atento.

Sua dissertação de mestrado (teve a orientação segura e atenta de Fabiana Fredrigo) acaba de ser publicada pela Editora Dialética com o título de “Exilado Em Seu Próprio País — A Narrativa Lacerdiana Sobre a Política Pós-1964” (168 páginas). Trata-se de uma análise das cartas de Lacerda de 1964 a 1968.
Higa afirma que Lacerda “dialogava” com o primeiro general-presidente, Castello Branco, e outros políticos por meio de cartas. A pesquisa do mestre analisa também as cartas de Lacerda depois que deixou o governo da Guanabara, em 1965.