Livro conta a história do massacre de cientistas e da ciência na União Soviética

03 junho 2017 às 10h08
COMPARTILHAR
Cientistas soviéticos que não aceitaram subordinar seus estudos aos ditames da política foram implacavelmente perseguidos pelo regime comunista
Na União Soviética de Ióssif Stálin, a ciência era submetida à política. Chegou-se a pensar numa “genética soviética”. O charlatão Trofim Lysenko, que fazia a cabeça do ditador, chegou a negar a existência dos genes.
O resultado foi um recuo científico espantoso, tanto que, para construir sua bomba atômica, os comunistas tiveram de roubar pesquisas dos Estados Unidos, tendo como parceiros cientistas e militantes da esquerda.
O escritor e jornalista Simon Ings, no livro “Estaline e os Cientistas” (Temas e Debates, 552 páginas), investiga o retrocesso da ciência na União Soviética. Não só. Ele registra o assassinato ou a interrupção da carreira de cientistas brilhantes. Aquele pesquisador que não rezasse pela cartilha stalinista, acomodando a ciência à avaliação política, era desprezado, perseguido, preso e, até, morto pela KGB.
Porém, mesmo sob controle, cientistas soviéticos contribuíram com o avanço da ciência em várias áreas, como radiobiologia, neurociência, psicologia, física atômica.
Simon Ings é editor de cultura da “New Scientist” e escreve para “The Guardian, “The Times”, “The Independent” e “Nature”.