Fica-se com a impressão de que parentes são capazes de escrever apenas “hagiografias”. Não é o caso do jornalista, crítico literário e professor associado da UnB Sérgio de Sá, autor do livro “Bernardo Sayão — Caminhos, Afetos, Cidades” (257 páginas).

Sérgio de Sá, filho de Lia Sayão, é neto do engenheiro Bernardo Sayão, que morreu em 1959, aos 57 anos (uma árvore caiu em cima dele). Ele escreveu um belo livro — muito bem-escrito — sobre um engenheiro que não teorizava. Fazia.

No prefácio, Sérgio de Sá nota que Bernardo Sayão era um galã do tipo Clark Gable e John Wayne. Era um homem, como aqueles do velho Oeste, que resolvia, que fazia.

Bernardo Sayão foi “emissário de Getúlio Vargas na Marcha para o Oeste e braço direito de Juscelino Kubitschek na construção do Brasil moderno”. Era um “homem de ação”, que “desbravou a longa e amazônica rodovia Belém-Brasília”.

O engenheiro não era dado à burocracia e aos gabinetes. “Ficou conhecida a história de que fez ponte de tambores de óleo diesel que deveriam ser devolvidos ao fornecedor de combustível e que ele apelidou carinhosamente de Carmen Miranda: balançava muito”, anota Sérgio de Sá.

Na década de 1940, era o diretor da Colônia Agrícola Nacional de Goiás e seu objetivo era construir a ponte sobre o Rio das Almas.

John dos Passos escreveu sobre Bernardo Sayão no livro “O Brasil Desperta”. “De todos os homens que conheci, nenhum tinha maiores qualidades de chefe do que Bernardo Sayão. Construir estradas era para ele divertimento e obsessão”, assinala o escritor americano.

Por certo, Bernardo Sayão, ao integrar o país, com estradas e pontes, queria (e conseguiu) melhorar a vida do povão.

Serviço

O livro será lançado na segunda-feira, 21, às 10h30, no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em Goiânia. O IHGG fica na Casa Rosada da Praça Cívica.