Kamaru Usman, de 35 ano, é tão bom quanto Amanda Nunes e Jon Jones. No UFC de Dana White, é muito superior a qualquer outro na sua categoria.

Não há dúvida de que, se lutar com o jamaicano-britânico Leon Edwards, de 30 anos, até dezembro, vai vencê-lo.

No sábado, 20, Kamaru Usman perdeu para Edwards, no último minuto. E da pior maneira possível: foi nocauteado, caiu de olhos vidrados — consequência de um chute perfeito e poderoso.

Depois da grande vitória, numa entrevista, Edwards disse: “Depois do primeiro round, meu corpo desligou por alguma razão que eu não sei e esta foi uma das minhas piores performances. Meu treinador falou pra eu chutar na cabeça, eu escutei, e isso era uma coisa que fiz em todo meu treinamento. Eu disparei perfeitamente, vi que ele caiu e acabou. Foi bom demais”.

Kamaru Usman é nocauteado por Leon Edwards | Foto: Reprodução

Kamaru Usman estava vencendo com facilidade, sem que Edwards opusesse qualquer resistência — parecia “cansado” e, até, “ausente” da luta. Ele próprio disse que seu corpo estava “desligado”. O motivo é claro: a superioridade absoluta do adversário.

Se estava muito bem, vencendo por pontos, com larga vantagem, por que Kamaru Usman perdeu? Por dois motivos.

Primeiro, com a luta na mão, ante um adversário mais morto do que vivo — cansado e aéreo —, não soube nocauteá-lo. Poderia ter pressionado um pouco mais, mas não o fez. Parecia satisfeito com a vitória por pontos — avassaladora. Edwards, afinal, só deu algum trabalho no primeiro round.

Segundo, com a vitória na mão, praticamente comemorando-a, Kamaru Usman descuidou, um minutinho, e, com um chute potente e bem colocado, Edwards nocauteou-o.

Venceu aquele que, mesmo cansado e desplugado, percebeu que tinha uma chance de ganhar, acreditou nela e deu o chute letal. E levou o cinturão e milhares de dólares para casa.

Mas Edwards, um bom lutador, é páreo para um Kamaru Usman mais atento? Por certo, não é. Portanto, prevejo que seu reinado será curto. A derrota possivelmente acordará o grande peso-meio-médio nigeriano — que, apesar de muito superior aos seus adversários, é burocrático.