Justiça obriga Luciano “Havan” Hang a indenizar o padre Julio Lancellotti
25 outubro 2022 às 11h33

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O padre Julio Lancellotti é um humanista. Trata-se de um religioso que cuida daqueles que a sociedade, ao avançar, deixa para trás, de maneira incontornável. Ele cuida dos não-cuidados, dos abandonados pelo mercado — homens, mulheres, crianças e adolescentes de vidas secas. É trabalho para poucos, quer dizer, só para abnegados — aqueles que estão sobre a Terra não para acumular, e sim para ajudar. Seres realmente solidários — não meramente teóricos — são poucos.
Mesmo sendo um padre que cuida dos pobres de São Paulo, que fez uma opção pelos deserdados, Julio Lancellotti tem sido atacado por empresários e políticos de direita — aqueles que, na busca frenética pelo sucesso, não admitem ajuda aos que “fracassam”. Por certo, gostariam que as ruas do país fossem “higienizadas”.

Recentemente, Julio Lancellotti estava (está sempre) ajudando pessoas em situação de rua, que enfrentavam (e enfrentam) um frio às vezes letal, e foi criticado pelo dono das lojas Havan, Luciano Hang, o bilionário que apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na opinião do empresário, o padre é “bandido”. O que, claro, não é. Pelo contrário, é um religioso de verdade de uma Igreja Católica que, de fato, é inclusiva (não a inclusão dos retóricos, e sim a dos que põem a mão na massa… pelos deserdados de tudo).
Julio Lancellotti processou e a Justiça condenou Luciano Hang — o “patriota” que se veste de verde e coloca uma Estátua da Liberdade, um símbolo dos Estados Unidos, na porta de suas lojas e vende produtos chineses — a indenizá-lo em 8 mil reais. É pouco, claro. Mas o religioso vai usar o dinheiro para, mais uma vez, cuidar dos pobres. Valiosa mesma é a ação do padre.
Luciano Hang comunicou, por meio de seus advogados, que já fez o depósito dos 8 mil reais.

