José Olympio relança Quarup, o grande romance de Antonio Callado

07 junho 2014 às 11h42
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Discretamente, os livros de Antonio Callado, um aristocrata de esquerda, estão voltando às livrarias. O romance “Quarup” (574 páginas), muito bem escrito e arquitetado, sai pela José Olympio. O livro relata a história do padre Nando que, ao conviver com uma tribo do Xingu, se torna “outro” homem.
O livro relata uma história que ocorre entre o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954, e o golpe civil-militar de 1964, que levou ao poder militares e civis udenistas.
O romance volta às livrarias com cuidados especiais, como um ensaio da estudiosa Ligia Chiappini. A edição traz a biografia do escritor — que, além de escritor, foi jornalista dos bons — e excertos de sua última entrevista.
Antonio Callado é mais escritor do que o incensado Carlos Heitor Cony, porém, menos lido pela geração atual, estava num limbo injustíssimo.
Vale muito a pena reler a obra de Callado, autor de matiz clássico e, ao mesmo tempo, moderno. É um (raro) estilista da Língua Portuguesa.