Jornalista brasileiro é preso durante cobertura da crise na Venezuela

03 fevereiro 2019 às 00h00

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Do Grupo RBS, o repórter Rodrigo Lopes foi enviado para Caracas na intenção de acompanhar os protestos que tomaram conta da capital do país

No dia 25 de janeiro, o brasileiro Rodrigo Lopes, jornalista do Grupo RBS, foi detido por duas horas na sede militar que fica em frente ao Palácio Miraflores, em Caracas, capital da Venezuela. Três dias depois, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP – Sociedad Interamericana de Presna) repudiou a prisão do repórter do Brasil.
Presidente da SIP, María Elvira Domínguez atribuiu responsabilidade ao governo venezuelano. De acordo com Domínguez, o repórter ficou incomunicável e teve o passaporte retido no tempo em que ficou preso. Além disso, a entidade alega que o profissional da RBS foi fotografado e ameaçado de prisão antes de retornar ao Brasil.
O repúdio da presidente da SIP se baseou na busca “pela segurança dos jornalistas que tentam informar o público sobre a situação turbulenta pela qual a Venezuela está passando”. Lopes foi abordado por um policial à paisana no momento em que o brasileiro tirava fotos de partidários do presidente Nicolás Maduro.
Ao encontrar fotos de manifestação pró-Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição na Venezuela, o agente do governo teria acusado o brasileiro de ativismo, ligação com os opositores.
Segundo a SIP, as investidas do governo Maduro contra a imprensa venezuelana e internacional aumentou desde que Guaidó se declarou presidente do país. Em seguida, no mínimo oito repórteres estrangeiros foram presos. Dois chegaram a ser deportados depois de acompanharem as manifestações de simpatizantes de Maduro e Guaidó.
Na quarta-feira, 30, três profissionais da agência de notícia espenhola EFE, além do motorista venezuelano, foram detidos pelo Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin). O caso foi informado pela EFE na quinta-feira, 31. As prisões do jornalista espanhol Gonzalo Domínguez Loeda, o jornalista colombiano Mauren Barriga Vargas, o motorista José Salas e o fotógrafo colombiano Leonardo Muñoz ocorreram na redação da EFE em Caracas.
Por meio do Twitter, o Ministério de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação espanhol repudiou a prisão dos profissionais da agência de notícias EFE. Os quatro profissionais foram soltos pelo governo da Venezuela na quinta-feira.
(3/3) El gobierno de #España equiere nuevamente a las autoridades de #Venezuela al respeto del Estado de Derecho, los #DerechosHumanos y las libertades fundamentales, de las que la libertad de prensa es un elemento central.
— Ministerio de Asuntos Exteriores, UE y Cooperación (@MAECgob) January 31, 2019