Do Grupo RBS, o repórter Rodrigo Lopes foi enviado para Caracas na intenção de acompanhar os protestos que tomaram conta da capital do país

Jornalista Rodrigo Lopes, da RBS, foi detido na Venezuela depois de encontrarem fotos de protesto pró-Juan Guaidó em seu celular | Foto: Divulgação

No dia 25 de janeiro, o brasileiro Rodrigo Lopes, jornalista do Grupo RBS, foi detido por duas horas na sede militar que fica em frente ao Palácio Miraflores, em Caracas, capital da Venezuela. Três dias depois, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP – Sociedad Interamericana de Presna) repudiou a prisão do repórter do Brasil.

Presidente da SIP, María Elvira Domínguez atribuiu responsabilidade ao governo venezuelano. De acordo com Domínguez, o repórter ficou incomunicável e teve o passaporte retido no tempo em que ficou preso. Além disso, a entidade alega que o profissional da RBS foi fotografado e ameaçado de prisão antes de retornar ao Brasil.

O repúdio da presidente da SIP se baseou na busca “pela segurança dos jornalistas que tentam informar o público sobre a situação turbulenta pela qual a Venezuela está passando”. Lopes foi abordado por um policial à paisana no momento em que o brasileiro tirava fotos de partidários do presidente Nicolás Maduro.

Ao encontrar fotos de manifestação pró-Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição na Venezuela, o agente do governo teria acusado o brasileiro de ativismo, ligação com os opositores.

Segundo a SIP, as investidas do governo Maduro contra a imprensa venezuelana e internacional aumentou desde que Guaidó se declarou presidente do país. Em seguida, no mínimo oito repórteres estrangeiros foram presos. Dois chegaram a ser deportados depois de acompanharem as manifestações de simpatizantes de Maduro e Guaidó.

Na quarta-feira, 30, três profissionais da agência de notícia espenhola EFE, além do motorista venezuelano, foram detidos pelo Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin). O caso foi informado pela EFE na quinta-feira, 31. As prisões do jornalista espanhol Gonzalo Domínguez Loeda, o jornalista colombiano Mauren Barriga Vargas, o motorista José Salas e o fotógrafo colombiano Leonardo Muñoz ocorreram na redação da EFE em Caracas.

Por meio do Twitter, o Ministério de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação espanhol repudiou a prisão dos profissionais da agência de notícias EFE. Os quatro profissionais foram soltos pelo governo da Venezuela na quinta-feira.