Jornal não deve omitir nome de Vinícius Pereira, que chamou mulher de “macaca”
19 abril 2021 às 22h16
COMPARTILHAR
Vinícius Pereira da Silva ameaçou jovem funcionária da portaria de um edifício, disse que tinha uma arma e se anunciou como policial federal, o que não é
Poderosos (ou que se julgam poderosos) xingavam trabalhadores pobres e ficava por isso mesmo. Mas a tecnologia deu a todos, inclusive aos pobres, meios de gravar — basta um celular — e assim poder provar como são chamados em condomínios horizontais e em determinados edifícios. O curioso é que os “abusadores” parecem ter certeza da impunidade, pois, mesmo sabendo que estão sendo gravados, continuam atacar, a maltratar, a desrespeitar.
No domingo, 18, Vinícius Pereira da Silva chegou ao edifício onde reside, no Jardim Goiás, em Goiânia, e, na porta da garagem, buzinou. Como buzina não identifica ninguém, a funcionária da portaria não permitiu que entrasse com o carro. No lugar de fazer o elogio da trabalhadora, que estava seguindo as regras para proteger todos os moradores, Vinícius Pereira começou a destratá-la.
“Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, disse Vinícius Pereira, um homem forte fisicamente, ameaçando a funcionária — que, ao contrário do poderoso, não perdeu a calma, mantendo-se educada e firme no cumprimento das regras do condomínio. Uma pessoa que se pode chamar de “institucional”.
Em seguida, do seu apartamento, Vinícius Pereira ligou na portaria e continuou a soltar impropérios. A jovem funcionária perguntou qual o motivo de ele xingá-la. Ele respondeu: “Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.
Mesmo a funcionária não reagindo às grosserias, Vinícius Pereira continuou os ataques: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”.
Vinícius Pereira se identificou como policial federal. O “Jornal Nacional” ouviu a PF, que informou que o agressor não pertence aos seus quadros. Por sinal, pode ter cometido um crime ao se dizer membro da PF e fazer ameaças com base nisto. A PF deveria intimá-lo a se explicar.
A história de Vinícius Pereira, que se comportou como bárbaro, foi divulgada em todo o Brasil, e não apenas pela TV Globo. Terá ficado envergonhado? Possivelmente, não. Pois não é a primeira vez que se envolve em confusão no local, segundo o delegado Eduardo Carrara, que mora no edifício. Se brincar, Vinícius Pereira aparece na terça-feira, 20, com advogado e “esclarece” que está tomando medicamentos “controlados”. A psicanalista Vera Iaconelli escreveu que, para além de qualquer doença mental, a maldade existe. Parece ser o caso.
O condomínio divulgou uma nota apropriada: “Internamente foi publicada uma nota de repúdio e nos colocamos à disposição da empresa prestadora de serviços e da colaboradora para auxiliar no que for preciso. Além disso, a assessoria jurídica do condomínio está avaliando as medidas administrativas que poderão ser tomadas com base no Código Civil e nas normas do condomínio (Convenção e Regimento Interno)”.
Por que “O Popular”, no seu texto da internet, não cita no nome de Vinícius Pereira da Silva, chamando-o apenas de “homem”? (frise-se que a TV Anhanguera não omitiu seu nome). Aliás, está se tornando praxe, em alguns jornais de Goiás, omitir o nome de agressores, sobretudo se poderosos.