Vinícius Pereira da Silva ameaçou jovem funcionária da portaria de um edifício, disse que tinha uma arma e se anunciou como policial federal, o que não é

Vinícius Pereira da Silva destratando  funcionária da portaria de um edifício no Jardim Goiás | Foto: Reprodução de imagem da TV Anhanguera

Poderosos (ou que se julgam poderosos) xingavam trabalhadores pobres e ficava por isso mesmo. Mas a tecnologia deu a todos, inclusive aos pobres, meios de gravar — basta um celular — e assim poder provar como são chamados em condomínios horizontais e em determinados edifícios. O curioso é que os “abusadores” parecem ter certeza da impunidade, pois, mesmo sabendo que estão sendo gravados, continuam atacar, a maltratar, a desrespeitar.

No domingo, 18, Vinícius Pereira da Silva chegou ao edifício onde reside, no Jardim Goiás, em Goiânia, e, na porta da garagem, buzinou. Como buzina não identifica ninguém, a funcionária da portaria não permitiu que entrasse com o carro. No lugar de fazer o elogio da trabalhadora, que estava seguindo as regras para proteger todos os moradores, Vinícius Pereira começou a destratá-la.

Funcionária da portaria de um edifício do Jardim Goiás (a polícia preservou seu nome) | Foto: Reprodução de imagem da TV Anhanguera

“Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, disse Vinícius Pereira, um homem forte fisicamente, ameaçando a funcionária — que, ao contrário do poderoso, não perdeu a calma, mantendo-se educada e firme no cumprimento das regras do condomínio. Uma pessoa que se pode chamar de “institucional”.

Em seguida, do seu apartamento, Vinícius Pereira ligou na portaria e continuou a soltar impropérios. A jovem funcionária perguntou qual o motivo de ele xingá-la. Ele respondeu: “Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.

Mesmo a funcionária não reagindo às grosserias, Vinícius Pereira continuou os ataques: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”.

O Popular menciona “homem”, mas não cita o nome de Vinícius Pereira da Silva | Foto: Jornal Opção

Vinícius Pereira se identificou como policial federal. O “Jornal Nacional” ouviu a PF, que informou que o agressor não pertence aos seus quadros. Por sinal, pode ter cometido um crime ao se dizer membro da PF e fazer ameaças com base nisto. A PF deveria intimá-lo a se explicar.

A história de Vinícius Pereira, que se comportou como bárbaro, foi divulgada em todo o Brasil, e não apenas pela TV Globo. Terá ficado envergonhado? Possivelmente, não. Pois não é a primeira vez que se envolve em confusão no local, segundo o delegado Eduardo Carrara, que mora no edifício. Se brincar, Vinícius Pereira aparece na terça-feira, 20, com advogado e “esclarece” que está tomando medicamentos “controlados”. A psicanalista Vera Iaconelli escreveu que, para além de qualquer doença mental, a maldade existe. Parece ser o caso.

O condomínio divulgou uma nota apropriada: “Internamente foi publicada uma nota de repúdio e nos colocamos à disposição da empresa prestadora de serviços e da colaboradora para auxiliar no que for preciso. Além disso, a assessoria jurídica do condomínio está avaliando as medidas administrativas que poderão ser tomadas com base no Código Civil e nas normas do condomínio (Convenção e Regimento Interno)”.

Por que “O Popular”, no seu texto da internet, não cita no nome de Vinícius Pereira da Silva, chamando-o apenas de “homem”? (frise-se que a TV Anhanguera não omitiu seu nome). Aliás, está se tornando praxe, em alguns jornais de Goiás, omitir o nome de agressores, sobretudo se poderosos.