Jornal espanhol defende Bruno, mandante do assassinato de mulher, como goleiro ideal para a seleção
10 junho 2014 às 16h50
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“Mundo Desportivo” diz que Júlio César, o goleiro escolhido por Felipão, não tem qualidade para jogar pelo Brasil
Pelo visto, ao menos na Espanha, assassinar uma pessoa não tem a mínima importância. Bruno, ex-goleiro do Flamengo, mandou matar Eliza Samudio, mãe de seu filho, e, condenado pela Justiça, está preso em Minas Gerais. Mesmo assim, o jornal espanhol “Mundo Desportivo” sugere que seria a grande convocação. Avaliar, como faz a publicação da terra de Cervantes, que Bruno é melhor do que Júlio César, ainda que os critérios não tenham sido explicitados, é aceitável. É apenas uma opinião. Mas insinuar que deveria ter sido convocado é outra coisa. Primeiro, porque está preso. Segundo, não está em forma. Terceiro, mesmo quando estava jogando no time carioca, não era o melhor goleiro do país. Não era e, portanto, não é.
Apesar da confiança absoluta do técnico Felipão, Júlior César não inspira muita confiança, exceto, quem sabe, pela experiência. O jogador já foi um grande goleiro; hoje, no máximo, é mediano. Júnior pode surpreender, dadas a experiência e a relativa segurança. Nas copas, ante a tensão e as pressões — o país vira “juiz” —, a experiência conta muito. Daí a aposta de Felipão, que, mesmo idiossincrático, sabe das coisas. Jefferson, do Botafogo, e Victor, do Atlético, são mais goleiros do que Júlio César — estão em forma, são mais jovens —, mas não têm a mesma experiência. Jefferson é elogiado pelo jornal espanhol e Victor é esquecido.
Os espanhóis, e não apenas as mulheres, certamente dirão que o “Mundo Desportivo” é o responsável pela primeira bola fora da Copa deste ano. Faltou, no mínimo, compostura ao jornal do país do Barcelona, no qual brilha Neymar, e do Real Madri, no qual joga Marcelo.