“Imprensa vermelha” deve comandar invasão de Natal para ver o Vila subir

19 novembro 2023 às 00h00

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Teve muito cronista esportivo se segurando para manter o profissionalismo quando o árbitro apitou o fim do jogo no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga. No placar do velho OBA, Vila Nova 3 x 1 Ceará. A “imprensa vermelha” nunca esteve tão perto de ver seu time do coração conseguindo uma vaga na elite do futebol brasileiro como nesta semana.
Entre torcedores declarados e outros mais discretos, a imprensa goiana foi dominada por muito tempo por nomes bastante simpáticos ao Tigre da Vila Famosa, como o clube é também conhecido. Muitos eram (alguns são, até hoje) chefes de equipes esportivas e levantaram a bandeira de time da torcida mais vibrante.
Se isso é verdade ou não, é o de menos: há muito já passou a valer a lenda. E foi essa torcida que foi ao estádio movida pela fé que só o torcedor tem, para dar ao Vila a chance de chegar à Série A. Precisaria vencer os dois jogos e ainda torcer por outros resultados – inclusive o tropeço do rival (mas não arquirrival) Atlético Goianiense, que jogava ao mesmo tempo contra o Mirassol, no interior paulista, no chamado “jogo de seis pontos”.
Deu tudo certo para os colorados. O Vila fez seu show em casa, o Dragão caiu de quatro e outros resultados também foram ótimos – Sport Recife perdeu para o já campeão Vitória, em Salvador, e o Juventude empatou em casa, em Caxias do Sul (RS), com a Ponte Preta.
Com isso, logo após o jogo, com muita festa e buzinaços por Goiânia inteira, começou a busca por pacotes para Natal, onde ocorre no próximo sábado, 25, a equipe goiana faz a última partida. Precisa “apenas” ganhar do lanterna e há muito rebaixado ABC para realizar um sonho de quase 40 anos: disputar a 1ª divisão do futebol nacional – a última vez, quando ainda não havia acesso, foi em 1985.
Se o radialista e senador Jorge Kajuru (PSB) – que voltou à lida nos horários de debates esportivos nas emissoras goianiense – fizer o que já fez em outros tempos, promovendo os clubes goianos, os vilanovenses podem fazer algo histórico na capital potiguar: invadir o estádio Frasqueirão, de propriedade do adversário, e se impor em número e (obviamente) animação para empurrar o undecateto vermelho em campo para a Série A. Companheiros de imprensa não faltarão para ajudar Kajuru.
Tão movimentados quanto os grupos de vilanovenses discutindo pacotes e passagens, só os de esmeraldinos, “orando” desde agora para o arquirrival manter a sina de “bater na trave” quando a questão é acesso à Série A. Com o Goiás bem perto de disputar a Segundona de 2024, haveria um ineditismo que esfria a espinha do torcedor alviverde: ouvir da galera de vermelho o coro “ão, ão, ão, segunda divisão!”.
Em meio a tudo isso, o Atlético, que precisava de muito pouco para voltar à Série A, mas tropeçou demais e não depende mais só de si: vai ter de torcer para o ABC tirar pontos do conterrâneo. Serão dias de emoção e comentários nas ruas e nas redes para todo mundo que gosta de futebol em Goiás.