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Catador de papel põe filhos — bem cuidados — para pedir dinheiro e alimentos nas ruas e lojas de Goiânia

Estou na porta de uma papelaria, na Avenida T-63, quando sou abordado por um menino rechonchudo, que me pede dinheiro para comprar lanche. Um pouco atrás, estão seu pai, catador de papel, e duas meninas. Pergunto ao menino onde mora e ele diz que no Setor Pedro Ludovico.

Indago se o imóvel é próprio, e ele diz que “sim”. Cadê sua mãe? Ele responde: “Está em nossa casa”. Dona de casa? “Sim.”

Quando o catador de papel aproxima-se com seu “carro”, que não é daqueles puxados por cavalo, percebo que há um papelão com os seguintes dizeres: “Preciso de dinheiro para pagar o aluguel. Por favor, me dê uma ajuda”.

Adiante, as meninas entram numa lanchonete e saem de lá com pedaços de bolo, que repartem com o pai e o irmão. As crianças estão limpas e bem vestidas e calçadas. Os dentes frontais dos três meninos são perfeitos — não pude ver os do pai. A família é simpática e educada.