Goiás tinha 319 e agora tem 688 milionários. O Tocantins tinha 10 e saltou para 61

19 janeiro 2015 às 10h06
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A “Folha de S. Paulo” publicou no domingo, 18, a reportagem “Novos riscos prosperam com agronegócio, assinada por Julio Wiziack. Na primeira página, o jornal titula: “Regiões Norte e Centro-Oeste ganham mais milionários”. O foco da matéria é mostrar que “um brasileiro com espírito empreendedor tem mais chance de fazer fortuna no Norte e no Nordeste do que no eixo Sul-Sudeste”. O número de milionários mais do que dobrou em Goiás entre dez anos, entre 2003 e 2013, segundo a Receita Federal. Saltou de 319 para 688. No Tocantins pulou de 10 para 61 os milionários. Os dados da RF são baseados em informações declaradas, portanto estão subestimados. O número de milionário é bem maior, sugere a “Folha”.
De onde saem tantos milionários? Do agronegócio, conclui a reportagem. “Em 2003, o governo federal turbinou os incentivos para os produtores rurais, mirando os elevados preços das commodities agrícolas no exterior. O agronegócio, que já era forte na exportação, virou motor da economia. Os produtores de minérios também surfaram nessa onda.”
Segundo a “Folha”, consultorias estrangeiras avaliam que, “em 2007, já após o ‘efeito commodity’, o Brasil contava com 130 mil afortunados (com mais de US$ 1 milhão em aplicações financeiras). Hoje, seriam 230 mil”.
A “Folha” menciona dois milionários — um do Tocantins e um de Goiás. Gustavo Rizatti se tornou milionário com a construtora Inovatec, em Palmas, no Tocantins. Construiu um edifício e, com o dinheiro, investiu em novos imóveis e se tornou milionário.
Um dos casos mais interessantes citados pela “Folha” é o do empresário Ismael Alves de Almeida (foto acima), de 35 anos. Seu pai, quebrado pelo confisco da poupança no governo de Fernando Collor, decidiu fabricar picolé e ele mesmo decidiu vendê-los nas ruas. Clóvis, o patriarca, criou a marca Milka, no Setor Coimbra, que, rapidamente, se tornou um sucesso. Cresceu tanto que a família criou outra marca, a Frutos do Cerrado, porém, como o empreendimento ganhou o país e até o exterior, a marca teve de ser mudada para Frutos do Brasil. Em 2015, segundo estimativa, a empresa deve faturar 13 milhões de reais, com a produção saltando de 400 mil para 1 milhão de picolés. Há lojas franqueadas em 12 Estados. “Vendemos tudo o que fabricamos”, afirma Ismael Alves de Almeida.