Gabriel Chalita pode ter pedido vaga na Academia Brasileira de Letras devido a acusação de assédio

17 dezembro 2021 às 19h47

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Um cabo eleitoral de Eduardo Giannetti, o eleito para a ABL, espalhou entre os imortais que Chalita assediou sexual e moralmente um sobrinho

O economista e filósofo mineiro Eduardo Giannetti, de 64 anos, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) na quinta-feira, 16, ao derrotar o escritor paulista Gabriel Chalita, de 52 anos. Giannetti era o favorito, mas uma acusação grave contra o ex-secretário da Educação de São Paulo pode ter sido decisiva para potencializar sua força.

Cabo eleitoral de Giannetti, o editor Pedro Corrêa do Lago ligou para oito imortais, segundo a revista “Veja”, e acusou Chalita “de ter assediado sexual e moralmente um sobrinho seu, no início dos anos 2000”. A denúncia, ainda que não acompanhada de apresentação de provas, pode ter diminuído a votação de Chalita.

O imortal Carlos Nejar foi o único que decidiu se posicionar publicamente. “Eu fiquei indignado com essa maldade que o Pedro fez. É a primeira vez que eu vejo uma campanha tão suja como essa”, disse o poeta e crítico à revista.

Outro imortal, que não quis se identificar, disse à revista: “É um equívoco espalhar este tipo de comentário para tirar votos de um adversário, até porque não há provas do que ele fala”.
O denunciado, Gabriel Chalita, optou por não se pronunciar, mas é provável que vai mover um processo judicial contra Pedro Corrêa do Lago. Tido como um lorde, em termos de elegância comportamental, Giannetti não teria nenhum envolvimento na campanha de Corrêa do Lago, mas, direta ou indiretamente, acabou sendo beneficiado pelo estilo “trator” do amigo.