Dados da Fenaj mostram que, em apenas um ano, morreram 169 profissionais. Apesar disso, os profissionais da mídia são ignorados pela política de vacinação dos governos

O coronavírus — a Covid-Quase 500 mil — é um inimigo visceral dos seres humanos. Dos fortes, dos fracos, dos ricos, dos pobres. De todos. Jornalistas não são super-heróis, não são companheiros do Super-Homem e da Mulher Maravilha. Eles também morrem, e não necessariamente por serem velhos ou por terem comorbidades. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), só entre abril de 2020 e março de 2021, morreram 169 jornalistas — de Covid-19. A média mensal é de 28,6 mortes.

Entretanto, se estão na linha de frente de uma guerra, lutando contra o vírus e a ignorância de muitos, notadamente de políticos, os jornalistas, fora as máscaras, não têm proteção alguma. Nem podem ser vacinados, exceto se forem mais velhos ou tiverem alguma comorbidade. Por isso, a Fenaj, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia e a Associação Bahiense de Imprensa decidiram recorrer ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de assegurar a vacinação dos profissionais da terra de Jorge Amado e Maria Bethania. Se o STF decidir favoravelmente, estará aberta a porta para jornalistas de todo o país.

Os jornalistas, sob a liderança da Fenaj e dos sindicatos, não estão pedindo muito. Só estão solicitando vacina para uma categoria profissional que não sai das ruas cobrindo os atos da sociedade e, como os dados mostram — quase 200 mortes, inclusive de gente com pouco mais de 20 anos —, correndo risco, alto risco.