A falta de sintonia entre William Bonner e Renata Vasconcelos sugere que há dois Jornal Nacional

15 novembro 2014 às 13h14

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William Bonner é, disparado, o mais qualificado apresentador do telejornalismo brasileiro. Fala bem, com a clareza necessária, com rapidez e tem noção precisa do tempo específico dedicado às notícias no “Jornal Nacional”. A parceria com Fátima Bernardes era quase perfeita, com raras falhas. Eles se entendiam por música, por assim dizer. Com Patrícia Poeta, não havia uma sintonia fina, faltava uma certa convergência, mas, com o tempo, foram se ajustando e cometiam poucas erros.
A nova parceira de William Bonner, Renata Vasconcelos, é uma profissional competente. Ela sabe com precisão o que é jornalismo de televisão e já havia apresentado o “Jornal Nacional” algumas vezes, sem problemas. Porém, ao menos no momento, falta química entre os dois. Não conseguem nem rir ao mesmo tempo. Às vezes, ficam em dúvida sobre quem deve ler a notícia e aí um olha para o outro — desconsolados e apreensivos. Como William Bonner está em seu elemento — é a cara e o tom do “Jornal Nacional” —, o problema é mesmo com a “intimidada” Renata Vasconcelos.
Aos poucos, por ser uma profissional experimentada, Renata Vasconcelos vai acostumar-se ao ritmo veloz do “Jornal Nacional”. Por enquanto, o telespectador parece que está assistindo dois “Jornal Nacional” — o de William Bonner, rápido como um míssil, e o de Renata Vasconcelos, cadenciado como o futebol de Ademir da Guia. Ela inclusive parece “assustada”.