[Rogério Ceni, de 41 anos: o maior goleiro da história do São Paulo. Foto do site do time]

Léo Dias, colunista do jornal “O Dia”, publica nota com o título de “Goleiro Rogério Ceni se separa depois de assumir filho fora do casamento”. O repórter é especialista em “furos”, mas o texto provoca certa estranheza.

Primeiro, se a separação ocorreu em agosto, o título é justificável? É, no caso de a separação ter sido mantida em segredo. Léo Dias frisa que a “ex-mulher” e as filhas gêmeas Beatriz e Clara continuam morando no Morumbi, mas o goleiro do São Paulo mudou-se para o flat George V, em Pinheiros.

Segundo, Léo Dias afirma: “A coluna descobriu que assumir o menino não estava nos planos do jogador, mas a jornalista do ‘Estadão’ tomou conhecimento do filho fora do casamento e seus assessores no time acharam melhor que ele assumisse a paternidade do menino. Mas a história ficou contada pela metade…”. Se o menino tem 2 anos, como publicou a imprensa, é mesmo estranho se tiver sido registrado agora. Mas a história de Rogério Ceni — jogador diferenciado, com fama de ético na vida pessoal e profissional — justifica que a história seja mais bem explicada. É difícil acreditar que o jogador tenha aceitado assumir a paternidade tão-somente devido a uma reportagem de jornal.

A assessoria de imprensa do São Paulo disse a Léo Dias que “Rogério Ceni não fala sobre sua vida pessoal”. No caso, comete um equívoco, porque o privado e o público se misturaram e os únicos que podem esclarecer a história são Rogério Ceni e a mãe de Henrique. A história pode ficar “contada pela metade?” Léo Dias insinua: “Dizem que, após assumir a criança, que tem apenas 2 aninhos, Ceni teria voltado a se relacionar com a mãe de Henrique”.

Pode ser que eu esteja enganado, mas tenho a impressão de que parte da mídia — e não estou me referindo a Léo Dias — tem certa má vontade com Rogério Ceni e, em menor escala, com Raí.

O mais estranho é verificar o comportamento da imprensa. O moralismo com o qual Rogério Ceni está sendo tratado lembra, e não vagamente, os “valores” da Tradição, Família e Propriedade (TFP).