O jornalista Ricardo Pereira morreu de câncer de pâncreas e fígado no domingo, 10, aos 72 anos, em Portugal. Ele foi diretor da TV Globo no país de Agustina Bessa-Luís, Lídia Jorge e Sophia de Mello Breyner Andresen.

Ricardo Pereira se tratava da doença havia quatro anos. O profissional se aposentara da Globo em setembro deste ano.

O jornalista trabalhou mais de 40 anos na Globo, tendo sido repórter de política, correspondente internacional e diretor.

Ele trabalhou para o “Fantástico”, em 1976, como freelancer. No mesmo ano, a Globo o contratou como repórter do “Jornal Nacional” e do “Fantástico”. Ficou dois meses na Argentina, em 1977, como enviado especial.

Em seguida, Ricardo Pereira cobriu a Abertura política para a Globo. Em 1980 a Globo o enviou, como correspondente, para Londres. Ele entrevistou, com exclusividade, Saddam Hussein, o presidente do Iraque. Transmitiu ao vivo o casamento do príncipe Charles com Diana, em Londres. Em 1982 cobriu a Copa do Mundo de Futebol, na Espanha.

A batalha entre a Inglaterra e a Argentina pelas Malvinas ganhou cobertura de Ricardo Pereira.

Mesmo doente, estava preparando um documentário a respeito da batalha entre ingleses e argentinos. “Conseguimos autorização do governo inglês para ir para às Malvinas. Eu fui com o cinegrafista Newton Quilichini. Vimos o absurdo que foi aquela guerra. As tropas inglesas conseguiram tomar Goose Green, que parecia uma cidade importantíssima na geopolítica das ilhas. Mas Goose Green são exatamente quatro casas e uma igreja. Achamos diários de soldados argentinos. Aquela operação militar foi um equívoco, morreu muita gente a troco de nada”.