“Vício Inerente”, filme de Paul Thomas Anderson, com Joaquin Phoenix e Josh Brolin, não entrou em cartaz nos cinemas de Goiânia. É provável que nem entre, ou, se entrar, fique apenas uma semana, se ficar. Quem aprecia cinema de certa qualidade não deve ter apreço algum pelos programadores de filmes da capital construída por Pedro Ludovico. O “filme” (reluto em pôr aspas, mas, depois de consultar os críticos de cinema Iúri Rincon Godinho e Adalberto de Queiroz, decido colocá-las) “O Vingadores 2 — Era de Ultron”, dirigido por Joss Whedon (será que alguém precisa dirigir uma joça dessa?!), será exibido em 24 salas de cinema da cidade! Duas exclamações num texto de jornal não pegam bem. Ora, o que não pega bem é exibir um filme deste naipe em tantas salas. É uma verdadeira ode à estupidade, diria Mário de Andrade.

O crítico e cinéfilo Lisandro Nogueira, que entende de cinema, não diz nada, não faz nenhum protesto. Espero que o André Lcd, o Marcelo Franco, o Ademir Luiz, a Candice Marques, o Arthur de Lucca (autor do livro jamais escrito “Porque o Cinema Não é Arte”) e o Danin Júnior, vingadores da arte, saquem suas armas e comecem uma “vingança” urgente.

Os jornais não vão protestar. Estão paralisados.