Você sabia que Frantz Fanon (1925-1961), que morreu com apenas 36 anos, não era argelino?… Era francês. Não era filósofo… era médico-psiquiatra. Saiu um livro, “Frantz Fanon — Um Retrato” (Perspectiva, 360 páginas, tradução de Rainer Patriota), de Alice Cherki, que pode ajudar a entender esse personagem tão controverso.

Release da editora

“Frantz Fanon? Não, ele não era argelino. Também não era filósofo ou sociólogo — apesar de ter pensado a situação do negro em um mundo branco como poucos — ou líder revolucionário — embora tenha participado ativamente de uma das mais importantes e violentas guerras de libertação, a da Argélia.

“Os equívocos sobre a vida se estendem à sua obra, muito influente nos campos dos estudos pós-coloniais, mas nem sempre devidamente compreendida ou mesmo aceita (no caso de seus estudos sobre “culturas originais”), isso quando não é simplesmente dada como ‘datada’.

“Sim, a obra desse psiquiatra revolucionário tem ‘data’, tem contexto, tem história, como a de qualquer autor, mas também, como a de bem poucos, transcende em muito sua época, pois seu pensamento é calcado na ação, na experiência, é pensamento à flor da pele, que ainda hoje alimenta o debate sobre o futuro de ex-colônias e (ex-?colonizadores).

“Ninguém melhor que Alice Cherki para nos apresentar o homem e sua vida, pois biógrafa e biografado não apenas trabalharam juntos, mas compartilharam a mesma exclusão (por motivos diferentes), a mesma formação, os mesmos sonhos e as mesmas decepções, daí este ‘Frantz Fanon — Um Retrato’ ser tanto uma narrativa de cunho biográfico, um comentário sobre as origens de suas ideias e sobre sua atuação como psiquiatra na Argélia e na Tunísia e um testemunho de sua luta.”

O prefácio é de Priscilla Santos.