Editora lança “O Mestre e Margarida”, com tradução do russo de Irineu Franco Perpétuo
11 novembro 2017 às 10h20
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É um dos grandes lançamentos de 2017: a obra-prima de Mikhail Bulgakóv
A maior homenagem que se pode fazer à Revolução Russa de 1917 não é comemorá-la com vodca, conversa de botequim e debates sobre Lênin e Stálin — e sim lendo os escritores russos que chegaram e estão chegando às livrarias patropis por intermédio de editoras de qualidade, como a Editora 34, a Companhia das Letras e a Nova Alexandria. Em termos qualitativos e quantitativos, a 34 é líder absoluta, com suas traduções de Aleksandr Púchkin, Nikolai Gógol, Fiódor Dostoiévski, Ivan Turguêniev, Liev Tolstói, Nikolai Leskov, Anton Tchekhov, Maksim Górki, Isaac Bábel, Vladimir Maiakóvski, Ivan Búnin, Óssip Mandelstam e Varlam Chalámov. A Companhia das Letras está republicando obras de Tolstói, como “Guerra e Paz” e “Anna Kariênina” — que haviam sido editadas pela extinta Cosacnaify, com tradução de Rubens Figueiredo — e lançando o romance “Doutor Jivago” (tradução de Sônia Branco), de Boris Pasternak. A Nova Alexandria edita livros de Dostoiévski (traduzido por Klara Gourianova), Tchekhov e Púchkin.
Desprezado e perseguido por Stálin e seu entourage, Mikhail Bulgákov (1891-1940) ao menos teve sorte no Brasil. O romance “O Mestre e Margarida” saiu em 1975, pela Nova Fronteira, e em 1985, pela Abril Cultural. Trata-se da tradução de Mário Salviano Silva, feita a partir do inglês. A segunda tradução (do russo) saiu em 2009, um empreendimento de Zoia Prestes, com revisão dos tradutores Graziela Schneider e Irineu Franco Perpétuo, pela Alfaguara. A terceira tradução, feita por Irineu Franco Perpétuo, é o mais novo lançamento da Editora 34 (408 páginas).
Ter duas traduções diretas do russo é excessivo? Não é, não. Grandes obras merecem traduções diferentes. Os leitores, mesmo os não especializados, ganham muito e nada perdem.