Dono da Globo admite que jornal impresso vai morrer e diz que todos os jornais serão digitais
26 abril 2015 às 11h57
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“Haverá menos sustentação pela publicidade e mais sustentação pelo pagamento”, diz João Roberto Marinho
Os irmãos Roberto Irineu Marinho (presidente), João Roberto Marinho (vice-presidente) e José Roberto Marinho (vice-presidente), donos do Grupo Globo, concederam uma longa entrevista ao jornal “Valor Econômico”. Eles foram entrevistados por Vera Brandimarte e Matías M. Molina (o jornalista que mais estuda a história da imprensa no Brasil). A Rede Globo está completando 50 anos, por isso os irmãos, quase sempre reclusos, decidiram falar com a imprensa.
O “Valor” inquire se o jornal “O Globo” será, no futuro, “unicamente digital”. João Roberto Marinho avalia que sim: “No futuro todos os jornais serão digitais. A gente tem a estratégia de dividir um pouco os públicos. O G1 é muito mais de massa e ‘O Globo’ se posiciona um pouco acima na pirâmide da sociedade. O G1 é muito mais de massa e ‘O Globo’ se posiciona um pouco acima na pirâmide da sociedade. O G1 é um produto mais horizontal e o jornal, mais voltado para quem procura um pouco mais de reflexão. Vemos uma diferenciação para o futuro. Se vai dar certo ou não, a ver. Também achamos que haverá menos sustentação pela publicidade e mais sustentação pelo pagamento”.
Roberto Irineu Marinho é mais cauteloso: “Não sei dizer qual vai ser o formato, mas a informação benfeita e importante será sempre valorizada dentro da internet. Acho que vai ter aquela confusão que é Facebooks da vida dando informação que são misturadas e sem muita credibilidade e vai ter alguns lugares, um bloco com arrumações de informações mais ligeiras — corretas, mas mais ligeiras — e outro com mais profundidade. Se isso vamos chamar de jornal ou vamos chamar de ‘flor’ eu não sei, mas a informação de qualidade terá sempre o seu…”. (O entrevistado possivelmente quis dizer “o seu espaço”.)
[Foto acima: João Roberto Marinho, Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho]