Um dos mais importantes jornalistas do país, Domingos Meirelles, de 83 anos, ingressou com processo trabalhista contra a Record TV. Na ação, que deve ser julgada em setembro, o repórter cobra 3,5 milhões de reais da rede de televisão. O profissional exige “reconhecimento de vínculo trabalhista, pagamento de horas extras e acúmulo de funções”. O mercado acredita que ele vencerá a pendenga, assim como outros ganharam.

Em 2014, quando começou a trabalhar na Record TV, Domingos Meirelles teria sido obrigado a assinar um contrato como pessoa jurídica. No processo, cuja última audiência — quando não houve conciliação — ocorreu na quinta-feira, 3, o jornalista revelou que não pôde sequer discutir suas cláusulas. Porque, se tivesse discutido, não teria sido contratado. As cláusulas seriam draconianas, favoráveis à empresa e não ao repórter-apresentador. A pejotização no Brasil tem sido uma forma de burlar os setores de fiscalização do governo — inclusive o Fisco — e de prejudicar os trabalhadores (que perdem seus direitos básicos, como férias, 13º salário, FGTS etc.).

Apesar de contratado unicamente para apresentar o “Repórter Record Investigação”, Domingos Meirelles teria sido obrigado a agregar outras funções. Então, teve de cumprir horários de trabalho, como qualquer outro jornalista contratado pela rede de televisão.

No auge da pandemia da Covid-19, Domingos Meirelles foi demitido por telefone pela direção da Record TV.

A rede de tevê não se pronunciou a respeito do processo.