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Opinião

Considerando-se acima do bem e do mal, o ex-metalúrgico tenta aniquilar instituições fundamentais para a democracia, como o Supremo Tribunal Federal

 

Edmar Oliveira

Luiz Inácio Lula da Silva é um dos grandes males do Brasil, desde 2003 com graves divisões de classes, marcadas pelo ódio mútuo. Essa é uma das mais gritantes referências do ex-metalúrgico que, acima do bem e do mal, aniquila instituições fundamentais para a democracia, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Sempre amparado em sua popularidade doentia, ataca ministros do STF por causa do mensalão, um dos maiores desvios da história. O petrolão é outro gigantesco caso de corrupção que nasceu quando Lula governava. “O grande papel de um ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não ficar falando para a televisão o que ele pensa. Se quer fazer política, entre num partido político e seja candidato, porque senão não tem lógica”, declarou, há um ano. Sem citar os nomes dos mensaleiros José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, Lula afirmou que o PT “está sofrendo porque tem companheiros preso” e que se solidariza com todos eles. O ex-presidente está certo: não se pode deixar amigos íntimos na chapada. Dirceu, preso três vezes (na ditadura, no mensalão e no petrolão), foi considerado “chefe da quadrilha” pelo ex-procurador-geral Roberto Gurgel e “capitão do time” por Lula.

Com o apoio da massa dependente de programas como o Bolsa Família, Lula elegeu o poste Dilma Rousseff duas vezes, mesmo sabendo da total incompetência da companheira. Hoje, o Brasil enfrenta gravíssima crise política e econômica, com inflação em disparada, atingindo sobretudo os pobres. Lula é o principal responsável pelo quadro negro que, infelizmente, tende a piorar e se estender até o final de 2016. O alerta é de Lula e economistas. “Preparem-se porque as coisas vão ficar piores”, afirmou o ex-presidente, há um mês. Furioso com o trabalho da Polícia Federal e a operação Lava Jato, aconselhou Dilma: “Você tem que governar, ir para a rua, conversar com o povo, divulgar os seus programas. Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato e ajuste fiscal.” O problema é que Dilma, como sabe Lula, não tem o menor preparo para o cargo. O Brasil enfrenta o pior momento econômico dos últimos 20 anos, com uma recessão diferente das últimas quatro que viveu desde o Plano Real. “(A economia) Deve começar a melhorar no segundo semestre de 2016. Como um todo, o ano vai ter crescimento zero: primeiro semestre de queda, mas uma segunda metade de retomada”, avalia o economista Marcelo Portugal, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A seguir, as maiores razões para a retirada de Lula do cenário político.

1 — Lula é golpista. Passou 22 anos enfiado em sindicatos – quatro anos conciliando a baderna ao mandato de deputado federal – articulando quedas de presidentes. Os sindicatos são os mesmos que desde 2003 abandonaram os trabalhadores, mamam nos governos petistas e fazem passeatas em defesa de Lula, Dilma e governo. Acima de qualquer suspeita, apontou, em 1995, os “300 picaretas” do parlamento. “Há no congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns trezentos picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”, disparou. A crítica ganhou até música. “Luiz Inácio (300 picaretas)” foi composta por Herbert Viana, líder dos Paralamas do Sucesso, cujo refrão repetia: “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou, são trezentos picaretas com anel de doutor”. Lula e sua turma foram impiedosos com Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso. Quem se lembra do “Fora, Collor” e “Fora, FHC”? Acima de tudo, foram movimentos lulistas. Hoje, ironicamente, Lula se ajoelha perante FHC em busca de “diálogo”, que ele jamais quis com seus adversários. FHC recusa a conversa. Diz, acertadamente, que o petrolão é problema dos governos do PT e a Justiça. Lula, arrogante, não reconhece as conquistas dos governos anteriores: “Fiz em cinco anos o que não tinham feito em 500, não sou de deixar pra depois: minha galega engravidou logo no primeiro dia. Nunca antes neste país existiu um presidente como eu”, afirmou, em agosto de 2009. O “não” de FHC é culpa do Lula!

2 — Lula é analfabeto. Estudou até a oitava série. Não aproveitou as mais de duas décadas de ócio nos sindicatos — e quatro à toa na Câmara, onde jamais apresentou projeto relevante – para aprender a ler e a escrever corretamente. Debocha do conhecimento. Disse, mais de uma vez, que jamais leu um livro e que não lê jornais e revistas. Cultua a burrice e a grosseria. Talvez resida nisso as milhares de gafes que jorram de sua boca etílica. “Minha mãe foi uma mulher que nasceu analfabeta”, afirmou, orgulhoso, em maio de 2009. Será possível alguém nascer com algum grau de cultura? Ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, que é negro, também é de origem humilde. E, ao contrário do petista, esforçou-se e venceu os mais diversos obstáculos. É referência não só no direito, mas em filosofia e literatura. Merece aplausos. Já o ex-presidente faz escola. Recentemente, ao anunciar novas vagas para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Dilma cometeu o disparate do ano. A piada é tão boa que merece ser publicada de novo: “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta”. Não era necessário a Lula ter formação acadêmica. Se valorizasse as letras, poderia ser um autodidata exemplar. Mas, não! O negócio do baderneiro de sindicato é a asneira e a malandragem. Um presidente da República não pode – e não deve – ser tão desqualificado. Não pode ocupar o cargo máximo da nação. Lula é uma vergonha, dentro e fora do Brasil. O curioso é que o mais abominável no ex-presidente, além da corrupção em seus governos, é aplaudido de pé por intelectuais petistas. Consideram charmoso ter na Presidência um ex-metalúrgico, como se isto fosse sinônimo de capacidade, olvidando o fato de que Lula não estudou porque não quis, porque idolatra e incorpora a ignorância voluntariamente. “Quando me aposentar, não vou pra Harvard, nem quero ganhar dinheiro fazendo palestra (será?). Volto pra São Bernardo, pra ficar com meus amigos do sindicato. Vocês, quando se aposentarem, têm que procurar alguma coisa pra fazer. Ficar em casa só atrapalha o resto da família”, falou o filósofo Lula, em maio de 2009. Tirem as próprias conclusões: “O continente sul-americano e o continente árabe não podem mais, no século XXI, ficar à espera de serem descobertos. O Brasil tem de liderar esse movimento, é natural, só não temos fronteira com Chile, Equador e Bolívia”.

3 — Valendo-se de sua popularidade patológica, Lula elegeu o poste Dilma Rousseff duas vezes. Sabia da incompetência geral da companheira, mas pensou apenas em fazer dela a escada para seu retorno triunfal em 2018. É, portanto, o verdadeiro responsável pela gravíssima crise política e econômica em que mergulhou o país, com inflação galopante a atingir sobretudo as classes média e baixa. Setores cruciais para a geração de emprego e o crescimento do país, como a construção civil e o agronegócio – que estão demitindo -, foram gravemente atingidos. Houve quedas bruscas e sequenciais nos dois casos. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram o tamanho do caos. Desde o ano passado, a construção civil reduziu o ritmo de atividade e passou a encarar o futuro com pessimismo. O Brasil perdeu credibilidade junto aos investidores. Culpa do Lula! No mesmo período, o IBGE aponta queda de 0,9% na indústria da construção, e as projeções do Relatório de Inflação do Banco Central são de um declínio de 2,2% em 2014 e de 1,5% em 2015. A receita das exportações do agronegócio nos primeiros sete meses deste ano atingiu US$ 52,37 bilhões, valor 10,8% inferior em comparação ao mesmo período do ano passado. O saldo da balança comercial do setor neste ano estava em US$ 44,16 bilhões até o fim de julho. Os dados são do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat) do Ministério da Agricultura, do governo Dilma. Culpa do Lula! O trabalhador, feito de marionete pelo líder petista, pode não se importar com dados estatísticos, mas reside aí boa parte dos empregos. A dona de casa também se assusta toda vez que vai ao supermercado. A inflação de Lula não perdoa. Dilma é a pior presidente da história, com popularidade atual em 8%, abaixo que a de Fernando Collor às vésperas da cassação. Dilma não sabe administrar, montar equipe e não tem traquejo político. Obedecendo Lula, colocou o país em frangalhos. Seu governo criou as “pedaladas” para atingir as metas fiscais de 2012 a 2014. Dilma mentiu nas eleições do ano passado, quando, para continuar no Planalto, vendeu um país ajustado e em pleno desenvolvimento. Culpa do Lula! Insistiu com o incompetente Guido Mantega no Ministério da Fazenda no mandato anterior. Agora, está nas mãos do Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu explicações para várias irregularidades apontadas no balanço apresentado para 2014. Tudo indica que o TCU recomendará a rejeição das contas ao Congresso, a quem caberá a palavra final. Deve cair no colo de seu arqui-inimigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara. A presidente pode responder por crime de responsabilidade, o que levaria à sua cassação. O povo está com a razão ao reprovar Dilma, e as manifestações contra ela e o PT são legítimas. Desesperados, os petistas adotam o discurso leninista do vitimismo, como se os brasileiros fossem trouxas. Culpa do Lula!

4 — Lula escraviza os trabalhadores. Usa programas sociais como o Bolsa Família – nascido no segundo governo de FHC com o nome Bolsa Escola – para se fincar numa popularidade perigosa para a democracia. Associa a transferência de renda a sua esperteza no falar, vestir e macaquear. Até a cachaça que engole e exalta publicamente tem sintonia com a massa. “O que já ganhei de cachaça de presente dá um estoque que não acaba nem em 50 anos. Gosto de ficar no fogão tomando minha cachacinha. É chato político falar que toma cachaça, porque se criou a ideia no Brasil de que político tem que ser santo. Aqui ninguém é santo. Tomar minha cachacinha faz parte da vida. Respeito quem não gosta”, pérola de Lula em maio de 2009. Às vezes o óbvio precisa ser dito: inteligência e esperteza são atributos distintos, assim como inteligência e conhecimento. Lula é apenas esperto, de uma esperteza tal que a qualquer momento ela crescerá, virará bicho e o engolirá. Com pinga.

5 — A corrupção é marca dos governos petistas. Foi assim com Lula e é assim com sua cria Dilma Rousseff. O mensalão, um dos maiores casos de desvios da história, é marca de Lula. Iniciado em seus mandatos, o petrolão é outro gigantesco escândalo, que colocou a Petrobras na berlinda. Integrantes de cargos de destaque e da mais alta confiança do ex-presidente, como o ex-ministro Zé Dirceu, o ex-deputado federal Zé Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, foram presos. Dirceu, o “capitão do time” – assim o chamava Lula -, é um frequentador de celas. Foi preso na ditadura militar, no mensalão e no petrolão. Em agosto de 2011, o então procurador-geral da República Roberto Gurgel assim definiu Zé Cela Dirceu: “As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida, que José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha”. Como assim? E o chefe do capitão do time, não sabia de nada? E o entrosamento de sempre, sumiu? É tudo culpa do Lula!

6 — O enriquecimento de Fábio Luiz Lula da Silva, o famoso Lulinha Telemar, é espantoso. Um desses casos que desafiam a ciência. Só mesmo Lula, o pai, pode desvendar o mistério. Para refrescar a memória: em 2002 Lulinha, então monitor de zoológico, ganhava 600 reais por mês. Logo no primeiro ano do pai no poder, as coisas começaram a melhorar. Foi quando Lulinha fundou a Game Corp, que chamou a atenção ao receber aporte de 5 milhões de reais da Telemar, que investiu ainda mais dez milhões de reais na empresa do filhinho do papai pela “produção de programas de televisão”. Lulinha passou a ser “dazelite”. E que “zelite”! Muito já foi falado sobre possível tráfico de influência de Lula, que se explicou comparando o filho a Ronaldinho (fenômeno): “[…] deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho.”. De quem é a culpa pelos milhões embolsados pelo sortudo Lulinha? De Lula, claro, que foi quem o colocou no mundo. Afinal, os pais são responsáveis pela gestação e educação dos filhos. Se o máximo petista não deu os devidos ensinamentos ao ex-monitor de zoológico, a culpa é dele.

7 — Lula se aliou ao que há de pior na política. Paulo Maluf, José Sarney, Jader Barbalho, Fernando Collor e Renan Calheiros são seus aliados de primeira hora. O presidente do Senado protagonizou o Renangate — assim ficou conhecido o caso que o fez renunciar à Presidência do Senado em 2007 —, mas, como é da cozinha de Lula e Dilma, foi acionado pelo ex-presidente para oferecer de bandeja à sua afilhada a saída do labirinto em que se encontra. Obediente, Dilma acatou. E, do alto dos seus 8% de aprovação e sob o risco Eduardo Cunha, grudou em Renan (acusado de receber dinheiro de lobistas ligados a construtoras, que teriam pago a ele despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento e a pensão alimentícia de uma filha do senador com a jornalista mineira Mônica Veloso). É a pessoas desse nível que Lula se associa. Maluf, Sarney, Barbalho e Collor dispensam apresentações. Gente finíssima da agenda de Lula, o mesmo que pregava a pureza petista nos anos 1980, 1990 e início de 2000, até chegar ao Planalto travestido nos ideais. De quem é a culpa por tanta gente boa continuar circulando pelo alto comando em Brasília? A culpa é de Lula! Devido aos escândalos e às más companhias de Lula, o PT perdeu pessoas corretas, como a ex-senadora Heloisa Helena e os deputados federais Chico Alencar e Luciana Genro, que deixaram o partido aos prantos diante do mensalão. Os honestos procuraram outro caminho. Atualmente só há dois tipos de petistas: os ingênuos e os malandros.

8 — Lula faz mal para o Brasil. Colocou de um lado as classes média e alta, e, do outro, os pobres, a quem vive incitando para o embate. Não se conhecia nada igual até a chegada do petista ao poder. Hoje, o ódio é o grande divisor social, resultado do lulismo, esta doença que ganhou corpo e ameaça o respeito mútuo país afora. O petista é amigo de ditadores sanguinários, como os irmãos Fidel e Raul Castro (Cuba), Hugo Chavez (Venezuela, falecido), Muamar Kadafi (Líbia, falecido), a quem Lula chamou de “amigo, irmão, companheiro e líder” e Teodoro Obiang Nguema (há mais de 30 anos na Guiné Equatorial) estão entre eles. O Brasil é malvisto no exterior como nunca e Lula não tem mais prestígio internacional. Motivos: tomou-se conhecimento real do líder medíocre e da situação trágica na política e economia, que geram insegurança para aliados internacionais e investidores.

9 — Lula é um personagem. Não existe no mundo real. Devia ter ficado nas pranchetas de marketing e nas telas de computador. O que está entre nós é o homem grosseiro que abomina o conhecimento e a decência. Por isso não é tão difícil deletá-lo. Esse é o Lula verdadeiro, o sindicalista dos golpes, que atazana a nação e à qual faria um imenso bem se renunciasse ao seu mandato de vidro antes que os brasileiros o façam. A desfaçatez do lulopetismo é culpa do Lula! O ex-presidente esculacha com instituições fundamentais para a democracia como o Supremo Tribunal Federal (STF). Sempre amparado em sua popularidade doentia, atacou ministros do STF por causa do julgamento do mensalão. “O grande papel de um ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não ficar falando para a televisão o que ele pensa. Se quer fazer política, entre num partido político e seja candidato, porque senão não tem lógica”, declarou, há um ano. “Quando você indica alguém (para o STF), você está dando um emprego vitalício e o cidadão, se quiser fazer política, que diga: ‘Não aceito ser ministro, vou ser deputado, vou entrar num partido político e mostrar a cara’. Mostre a cara”, completou.

10 — Será péssimo para o país se Lula voltar ao poder. Um atraso imensurável. Por isso, é preciso cassar Lula, tirar-lhe o mandato virtual e a expectativa de retorno. O Brasil não suporta nem merece um terceiro mandato do petista e um quinto do PT. Só há uma saída: sacudir a massa e acordá-la do sono a que foi induzida por Lula. Dar-lhe ao menos a chance de escolher, já que hoje está dopada pelo lulismo, com o providencial auxílio de comunicadores. Aliás, o petista é sucesso também nas redações. Nove entre dez jornalistas adoram o deus Lula. É preciso dizer ao populacho quem são os responsáveis pela carestia e desemprego. Dar nome aos bois. Não há culpados externos. Dizer isso é tentar enganar a população. É necessário dizer bem alto, gritar: a culpa é do Lula!

Edmar Oliveira é jornalista.