Datafolha revela que a imprensa é a segunda instituição mais confiável do país

01 julho 2017 às 09h13

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Pesquisa do Datafolha, feita com 2.771 pessoas, entre 21 e 23 de junho, constata que a imprensa é a segunda instituição mais confiável do país. 22% dos entrevistados garantem que confiam “muito” na imprensa, 48% um “pouco” e 28% “não confiam”. As Forças Armadas lideram: 40% confiam “muito”, 43% confiam um “pouco”, 15% “não confiam” e 2% não responderam.
A pesquisa confirma que a população sabe que a corrupção que assolava — talvez que assola — o país foi revelada, em larga medida, devido às reportagens de jornais e revistas, que, em termos de jornalismo investigativo, estão muito à frente das emissoras de televisão e rádio. A imprensa pauta todas as demais mídias — inclusive sites e blogs.
Não à toa pesquisas têm indicado que a imprensa dita tradicional é mais confiável — porque investe em informação de qualidade — do que as chamadas novas mídias. A rigor, sites e blogs mais repercutam aquilo que sai nos jornais e revistas do que publicam informações novas. Aqui e ali, os blogs e sites, como o Antagonista, furam os jornais e revistas. No geral, porém, tão-somente repercutam a produção dos veículos com mais experiência no mercado jornalístico. Parte da perda de credibilidade da imprensa se deve ao sensacionalismo de sites e blogs, que às vezes aderem à chamada pós-verdade.
O jornalista e escritor Paulo Francis costumava ironizar certos correspondentes internacionais, que seriam especialistas mais em “recortagens” do que em “reportagens”. Com a internet, que possibilita que todos possam verificar as informações de jornais internacionais, ficou mais difícil o “trabalho” dos “recórteres”. Qualquer deslize pode ser verificado imediatamente (a fragilidade da cobertura internacional, com o acesso fácil às reportagens dos jornais europeus, como “The Guardian”, e americanos, como “New York Times”, é cada vez mais evidente). Pois vários blogs, em todo o país, se tornaram “recórteres” do que sai na mídia que, sarcasticamente, denominam de “tradicional”.