A excelente jornalista parece desambientada, não enturmada com os colegas. Talvez seja o caso de integrar-se mais à equipe

A repórter Daniela Lima assinava a coluna “Painel”, da “Folha de S. Paulo”. Como se sabe, cada nota de uma coluna é uma micro reportagem. Por isso, ser colunista, embora pareça, não é fácil — tanto que alguns jornais estão disponibilizando repórteres para auxiliar o titular. Ancelmo Gois, Lauro Jardim, de “O Globo”, Robson Bonin, da “Veja”, Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, têm de três a quatro colaboradores. Pois, na “Folha”, Daniela Lima brilhou como colunista — provando ser uma repórter de primeira linha (editor é cargo, não é profissão; só há uma profissão no jornalismo — a de repórter).

Em seguida, Daniela Lima apresentou o “Roda da Viva”, da TV Cultura. Lá, enfática, assertiva e precisa, destacou-se rapidamente. Às vezes, ao pontuar, era melhor entrevistadora do que os demais entrevistadores. Logo chamou a atenção da equipe de editores ligados a Douglas Tavolaro, o presidente da CNN Brasil.

Daniela Lima: jornalista que reporta e analisa os fatos com alta qualidade | Foto: Reprodução

O que se percebe, quando Daniela Lima fala, ao lado de seus colegas na CNN, é que tem conteúdo e processa e conecta as informações com precisão. Ela sabe do que está falando. Parece que vive intensamente o que está expondo (quem sabe, gostaria que os colegas fizessem o mesmo).

Mas há um problema, talvez dois. Daniela Lima às vezes parece desambientada, não enturmada com os colegas. O uso de “parece” é porque não se está transmitindo uma informação, e sim uma impressão. Talvez seja o caso de integrar-se mais à equipe.

Daniela Lima é inteligente, viva, bonita, mas deixa a impressão — frise-se: impressão — de que é mal-humorada e que sempre quer ter a última palavra, acima da dos colegas. Não parece arrogância, e sim vontade de ir além do trivial, de querer que todos sigam no seu ritmo.