José Maria Marin, ex-presidente da CBF e do comitê da Fica, está entre os detidos. A investigação é do FBI

Demorou. É a única palavra que serve para definir a prisão de sete dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. Este é membro do comitê da organização esportiva. A prisão ocorreu em Zurique, na Suíça, e os suspeitos de corrução podem ser extraditados para os Estados Unidos. Outras oito pessoas foram indiciadas. A investigação é do FBI, polícia federal americana.

A Justiça prendeu os dirigentes da Fifa quando se preparavam para “presentear” Joseph Blatter com um quinto mandato (a eleição será realizada na sexta-feira) — quase uma monarquia. Presos, além José Maria Marin: Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, chefe da confederação da Concacaf; o uruguaio Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e vice-presidente da Fifa; Jack Warner, de Trinidad e Tobago, ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf; e Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica, Costas Takkas, ex-secretário-geral da Federação de Futebol das Ilhas Cayman, Julio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua, e Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana de Futebol.

Blatter não foi preso, nem, por enquanto, é acusado, mas é um dos investigados. A pergunta é: se o corpo está sujo, sujíssimo, a cabeça permanece limpa? Nem os dirigentes da Fifa acreditam nisso. No caso de delação premiada — os Estados Unidos tem um sistema semelhante ao brasileiro, mais aperfeiçoado —, possivelmente a cúpula será amplamente incriminada.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos vai acusar formalmente 14 pessoas por corrupção — tida como sistêmica. O “New York Times”, citado pelo jornal “O Globo”, “as acusações estão relacionadas a um grande esquema de corrupção dentro da Fifa nos últimos 24 anos, envolvendo corrupção, fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no valor de US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) ligados a Copas do Mundo e acordos de marketing e transmissão de jogos pela televisão. Os mundiais da Rússia (2018) e do Qatar (2022) são alvos da investigação dos agentes americanos”    .

O que dizer? Que Juca Kfouri, talvez o maior jornalista esportivo do país, lavou a alma. Poucos profissionais denunciaram tanto a corrupção no futebol quanto Kfouri. Paradoxalmente, ele é quem tem sido processado.