Militares e vivandeiras — como os luminares Carlos Lacerda, Adhemar de Barros e Magalhaes Pinto — arrancaram o presidente João “Jango” Goulart da Presidência da República, entre 31 de março e 1º de abril de 1964, por meio de um golpe de Estado, que foi tanto militar quanto civil. Primeiro, disseram que o objetivo do putsch era evitar que os comunistas tomassem o poder; aliás, vários golpistas sugeriam que já estavam no poder. Segundo, depois que a ameaça red não se comprovou — tanto que os vermelhos assistiram à quartelada inermes —, a máquina publicitária encontrou outro alvo, os (ditos) corruptos.

Os militares ficaram no poder durante 21 anos, entre 1964 e 1985. A corrupção, longe de ser afastada, campeou nos governos dos homens de farda. Tanto que, quando inquirido sobre o motivo pelo qual havia decidido “matar” a ditadura, o presidente Ernesto Geisel não titubeou. A ditadura havia se tornado uma bagunça — inclusive em termos de corrupção.

Agora, o coronel Rubens Pierrotti Júnior, da reserva, informa, de acordo com a revista “Veja”, que vai lançar o livro “Diários da Caserna — Dossiê Smart: A História Que o Exército Quer Riscar” (Editora Labrador, 528 páginas). A obra versa a respeito de corrupção no Exército. O livro já pode ser pedido nos sites das livrarias.

Sinopse da editora para o livro do coronel Pierrotti

“Quantos segredos se escondem fora do alcance do cidadão comum nos arquivos do Estado? O que não querem que você saiba? Quais interesses estão por trás disso? Esta obra nos revela um deles.

Rubens Pierrotti Júnior: coronel da reserva do Exército brasileiro e advogado | Foto: Divulgação

“Doze militares são enviados apressadamente para a Espanha. Missão: integrar a equipe de absorção de tecnologia e desenvolvimento do Simulador Militar de Artilharia (Smart), junto à empresa Lokitec. A euforia inicial para modernizar o exército com um novo equipamento de treinamento militar, no entanto, logo se transforma em desalento, num enredo de inépcia, intrigas, traições, corrupção e punições.

“Baseado numa história real, este livro traz o relato surpreendente de Battaglia, um dos integrantes da missão, que aceitou, corajosamente, conceder entrevista aos repórteres do jornal ‘El País’, desafiando o sistema. Uma leitura indispensável para entender o momento em que estamos vivendo e os bastidores do poder, e que levará você a conhecer a história que o exército quer riscar.”

A seguir, o leitor pode consultar um texto que menciona corrupção nos governos dos militares — que, por sinal, “inventaram” Paulo Maluf.

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