Banqueiro Ronaldo Cezar Coelho admite que recebeu milhões da Odebrecht para a campanha de José Serra. A Lava Jato está cada vez mais próxima do senador do PSDB

A imprensa patropi trata o tucanato com luvas de pelica quando o assunto é a Operação Lava Jato. Até agora, para ficar num exemplo, a “Veja” não deu uma capa exclusiva sobre o envolvimento de políticos tucanos com negócios pouco católicos com a Odebrecht e outras empresas. A respeito do senador Aécio Neves fica-se sempre no meio do caminho. Quanto a José Serra (PSDB), fica-se com a impressão de que há uma certa adoração pelo economista brilhante. Agora mesmo com sua saída do Ministério das Relações, jornais, revistas, sites deram, de maneira enfática, que o doutor em economia deixou o governo devido a problemas de coluna. Certo: a notícia é verdadeira. Ele, de fato, tem problemas na coluna, o que dificultam viagens. Porém, está de volta ao Senado, e certamente terá de viajar, ainda que tão-somente dentro do Brasil. Ele mora em São Paulo e, se pretende ser candidato a presidente, terá de viajar pelo Brasil, que, como se sabe, é um país gigante. A coluna é “argumento” a respeito de viagens para o exterior…

Por que José Serra realmente deixou o governo do presidente Michel Temer? A coluna é o principal motivo, não há por que duvidar do senador. Mas é provável que a Operação Lava Jato, que investiga suas relações com uma empreiteira — a história de 23 milhões de reais —, tenha contribuído para criar certo desconforto para José Serra. Mesmo com certa cautela, os jornais e revistas às vezes publicam informações sobre a ligação de José Serra com o banqueiro Ronaldo Cézar Coelho, que teria “lavado” a grana repassada pela Odebrecht para a campanha de José Serra. Ronaldo Cézar Coelho admitiu que recebeu o dinheiro no exterior.