Cleisla Garcia, repórter da TV Record, lança em Goiânia livro sobre suicídio
25 abril 2018 às 14h40
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A preocupação da repórter não é fazer sensacionalismo, e sim compreender o fenômeno e contribuir para reduzir o número de mortes
Na imprensa patropi, pode-se discutir qualquer assunto — exceto suicídio. No máximo, abre-se espaço para debates teóricos, com pontuações de especialistas. Mas as notícias sobre suicídio foram banidas quase inteiramente. Há um consenso de que reportagens sobre suicídios — casos concretos — podem levar a novos suicídios. Devido a isto, o tema se tornou tabu. Todos comentam nas redações, até exibem dados assustadores, mas evitam discuti-lo. O sensacionalismo deve mesmo ser evitado, mas o assunto não pode e não deve ser ignorado. Nós, ocidentais, precisamos discutir a morte mais amiúde — até para “aceitá-la” com menos espanto e trauma.
Cleisla Garcia, repórter especial da TV Record e escritora, decidiu enfrentar o tema sem subterfúgios. Primeiro, fez uma série de reportagens intitulada “Suicídio — Alerta aos Jovens”. Agora lança o livro “Sobre Viver” (Editora Benvirá, 248 páginas), de sua autoria. Segundo seu levantamento, o suicídio “já ultrapassa o número de homicídios e mortes em conflitos armados no mundo”.
A repórter atenta espantou-se com “o aumento de mais de 12% no número de suicídios entre jovens brasileiros em pouco mais de uma década e o crescimento de casos em várias regiões do mundo”. O livro não fica nas conclusões sobre as mortes. Vai além e apresenta o que fazer “para ajudar quem está pensando em tirar a própria vida”. “Mais do que relatos de tragédias, o livro faz uma reflexão delicada e atenta sobre viver e propõe uma jornada de combate ao suicídio juvenil”, afirma Cleisla Garcia, profissional do primeiro time do jornalismo brasileiro (foi repórter do “Diário da Manhã” e da “TV Anhanguera-Globo” e está na TV Record, em São Paulo, há vários anos). “Enquanto um de nós respira uma única vez, alguém no mundo tenta acabar com a própria vida. E muitos são jovens que mal começaram a jornada”, sublinha. Ele propõe que “saber os motivos é um dos principais caminhos para mudar” os rumos da vida de quem planeja se matar.
“Sobre Viver” não trata o suicídio com sensacionalismo; pelo contrário, examina o problema de maneira tão realista quanto atenta. O livro examina o jogo Baleia Azul e a série “13 Reasons Why”. Eles incentivam as pessoas a tirarem a própria vida ou são úteis para pais e familiares refletirem sobre o assunto e ajudares seus filhos e parentes? Cleisla Garcia discute isto. “É preciso quebrar tabus e discutir sobre o tema. A falta de informação é um dos principais problemas”, afirma a repórter. O livro, frise-se, vai muito além da série de reportagens da televisaõ. É um mergulho mais profundo no tema.
Serviço
“Sobre Viver” será lançado no sábado, 5 de maio, na Livraria Saraiva do shopping Flamboyant, em Goiânia. O livro custa R$ 29,90. A renda será destinada ao Centro de Valorização da Vida (CVV) e instituições filantrópicas que lidam com crianças e adolescentes.