Cientistas provam que mancha no quadro O Grito, de Munch, não é cocô de pássaro, e sim cera de vela

02 setembro 2016 às 23h46

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Com o uso de Raio-X, cientistas acreditam que conseguiram acabar com o mistério a respeito de uma das pinturas mais icônicas da história

O quadro “O Grito”, do norueguês Edvard Munch, é um dos mais famosos e celebrados da história da pintura. Faz parte do seleto grupo de pinturas icônicas e serve para ilustrar reportagens e artigos de jornais (tornou-se, até, arte pop). Há um detalhe que deixa intrigados especialistas há vários anos (a arte é de 1893): no ombro direito do “personagem” do quadro há uma mancha esbranquiçada, que, acreditavam muitos, seria dejeto de pássaros. O artista tinha o hábito de pintar ao ar livre. Um grupo de cientistas da Universidade da Antuérpia decidiu investigar o “problema-enigma” a fundo, com o uso de Raio-X.

Os cientistas Tine Frøysaker, professora da Universidade de Oslo, Geert Van der Snickt e Thierry Ford, conservador do Museu Nacional da Noruega (dono do quadro), concluíram que a mancha decorre de cera de vela. Thierry Ford sublinha que, no “lugar de produzir um efeito corrosivo no cartão e na têmpera e lápis usados para pintar ‘O Grito’, a mancha começava a destacar-se” (o texto entre aspas é do jornal “Diário de Notícias”, de Portugal, e sintetiza um artigo do pesquisador).
Os cientistas fizeram os testes em maio deste ano, num laboratório belga de Análise de Raio-X, Eletroquímica e Especiação, e agora decidiram divulgar os resultados da pesquisa. Em seguida, em Oslo, refizeram os testes, tendo concluído que, de fato, a mancha era produzida por cera de vela, e não por cocô de pássaros. O pesquisador Frederick Vanmeert percebeu, imediatamente, do que se tratava, pois, noutras pesquisas, havia constatado a mesma coisa.