Choro de Fernanda Gentil foi espontâneo, mas também integra o tipo de aposta que a Globo faz

12 julho 2014 às 11h53

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A repórter Fernanda Gentil, da Rede Globo, é nova — tem 27 anos —, mas já passou por momentos delicados na carreira. Seu início no canal Sportv foi em 2009 e ficou marcada, no ano seguinte, por um “mico” que se propagou de forma viral na internet: ela conduzia um programa do estúdio da emissora na África do Sul, durante a Copa de 2010, e recebeu um convidado deficiente visual. Após apresentá-lo, educadamente estendeu-lhe a mão e, obviamente, não foi correspondida.
Já pela TV Globo, Fernanda voltou a ser assunto nas redes sociais no ano passado, quando cantou o sucesso “Evidências” com a dupla Chitãozinho & Xororó, em link ao vivo no programa “Encontros”, de Fátima Bernardes, por ocasião da Copa das Confederações. De quebra, confessou que sonha em fazer uma entrevista com seus ídolos de infância Sandy e Júnior, filhos de Xororó.
Competente e bastante espontânea, ela faz parte da aposta da Globo em novos e carismáticos talentos, como o também apresentador Tiago Leifert e o agora narrador (antes fora apresentador, repórter e comentarista) Alex Escobar. Durante a Copa, ela foi escalada para integrar o grupo que acompanhou os treinamentos na Granja Comary, em Teresópolis (RJ). E foi lá que surgiu novamente como motivo de discussão virtual: no dia seguinte à eliminação brasileira do Mundial, não conteve o choro ao ser chamada ao vivo, novamente por Fátima Bernardes e novamente no programa “Encontro”.
As lágrimas da repórter foram alvo certeiro da infantaria do Twitter, Facebook e outros fóruns digitais. Acusaram-na de se comover muito com a seleção e muito pouco com os problemas de verdade do mundo. E ela fez questão de dar prosseguimento à polêmica. Na sexta-feira, 11, rebateu os críticos, via Twitter: “Último diaaaa [em Teresópolis]. Queria choraarrr!!!! Mas não posso!!!! Senão aquelas pessoas ocupadas vão dizer, de novo, que não choro pelos problemas do mundo.” (sic) Prosseguiu o desabafo: “Aliássss mamy me proibiu de perder tempo respondendo esses “amigos”, mas como ela não tem Twitter vou dizer porque ela não vai saber lalalalaaaa.” (sic)
Para lançar uma pá de cal no assunto, principalmente no argumento “problemas do mundo”, ela aproveitou o microblog para divulgar a entidade de filantropia que mantém: “Pelos problemas do mundo eu não choro, eu ajo! Aproveitem para conhecer a Caslu, minha associação beneficente. Ah e claro, para os que criticaram, faço a mesma pergunta: e vocês, fazem o que pelos problemas do mundo? Choram?!? Não percam tempo chorando queridos, porque quem precisa tem pressa. Combinado? Muitos beijos!” (sic)
Responder internautas, muitos dos quais com certeza franco-atiradores virtuais, certamente não foi a mais madura das atitudes. Mas não deixou de mostrar o que cativou a Globo em Fernanda: a espontaneidade. Assim como parecem não ter nada forçado os dois momentos — um ainda na transição da imagem para o link e outro já em plena resposta à pergunta de Fátima Bernardes — em que ela leva ao rosto a parte posterior das mãos para enxugar os olhos. Em tempo: o conteúdo noticioso que ela deveria transmitir não ficou prejudicado.