Um dos segredos é a preservação na internet dos arquivos com conteúdo de qualidade

Você sabe qual é o meio de comunicação que tem mais acesso único na internet em Goiás? Entre os principais estão o Jornal Opção e “O Popular”. Mas o título de campeão vai para…

… a “Revista Bula”, editada pelo jornalista e poeta Carlos Willian Leite, um dos profissionais que mais entendem, no país, tanto de cultura quanto da operação de informações na internet (sites de busca, como Google, e redes sociais). Para se ter uma ideia, um texto de minha autoria obteve 10 milhões de acessos únicos ao ser publicado na revista. Há quem fale em robôs. Mas é um engano. Acompanhei, no Facebook, os compartilhamentos e o intenso debate sobre o texto. Li dezenas de comentários — tanto de leitores comuns quanto de leitores acadêmicos. Muitos eram obtusos, mas vários eram equilibrados e bem informados. As opiniões foram formuladas, de fato, por pessoas de carne e ossos… do Brasil e do exterior. Recebi centenas de e-mails e mensagens de leitores de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul, Buenos Aires e Montevidéu.

Qual é o segredo da “Revista Bula”? Há mesmo um segredo ou segredos? “Não há”, afirma Carlos Willian. Mas há alguns aspectos que podem ser observados com atenção por editores e donos de jornais e revistas (alguns deles mal sabem ler o acesso real de seus produtos). Primeiro, a revista é inteiramente aberta na Internet (“O Popular”, um jornal regional, lacra até notícias simples, como obituários de escritores, músicos e políticos). Segundo, e mais importante, há a alta qualidade do material publicado — o que permite leitura permanente. Terceiro, a revista mantém seu acervo inteiramente na internet. Não o exclui. Quem exclui não sabe mesmo o que está fazendo com seus jornais.

“Mesmo se eu ficar dois meses de férias, a ‘Bula’ terá milhões de acessos por mês. Porque mantenho todo o material — o acervo — na rede”, afirma Carlos Willian. Há pelo menos dois tipos de material jornalístico numa publicação: o fatual, que “morre” rapidamente, portanto é esquecido e não é mais buscado, e o conteúdo permanente. O que significa? Simples: são textos de qualidade que não perecem e podem ser consultados com frequência. Na “Bula”, há textos “antigos” — na verdade, sempre novos — que são consultados diariamente, tanto por acesso direto quanto por meio do Google e outros sites de busca. Tal material “oxigena” diariamente a revista, consolidando leitores habituais e atraindo novos leitores.

Portanto, um dos segredos da “Bula”, se segredo é — revelado por Carlos Willian —, tem a ver com a manutenção dos arquivos do material de qualidade na internet. “Manter os arquivos antigos na internet não têm a ver com custo. Na verdade, é investimento e o retorno é alto, quer dizer, mais acesso e, até, mais anúncios”, afirma o editor. O jornalista sublinha que os jornais estão reproduzindo conteúdos, repetindo o que os outros jornais publicam. “O segredo é fortalecer a produção própria, sobretudo a de mais qualidade.”