Bruna Surfistinha: Justiça decide que ghost writer Jorge Tarquini não tem direito autoral sobre livro

18 fevereiro 2015 às 19h20
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Jorge Roberto Tarquini garante que é autor do livro “O Doce Veneno do Escorpião”, mas STJ avalia que a autora é Raquel “Bruna Surfistinha” Pacheco, ex-garota de programa
O livro “O Doce Veneno do Escorpião”, espécie de “50 Tons de Cinza” da vida de uma ex-garota de programa, se tornou best seller e ganhou as telas dos cinemas. Trata-se da “biografia” de Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, a mais famosa garota de programa da história do país. A obra foi escrita pelo jornalista Jorge Roberto Tarquini, porém sua assinatura não ganhou destaque na edição. O livro é “de” Raquel “Bruna Surfistinha” Pacheco. Ao menos no início, é possível que Tarquini, ligeiramente envergonhado, não tenha se interessado em aparecer como “autor”.
A história, tida como “pesada”, não melhora o currículo profissional de um repórter ou de um escritor (ao escrever “Zélia”, sobre o romance nas alcovas do poder entre ex-ministra da Finanças Zélia Cardoso de Mello e o ex-ministro da Justiça Bernardo Cabral, assinando na capa, Fernando Sabino foi muito criticado por intelectuais, críticos literários e jornalistas). Não se sabe os motivos exatos — mas talvez tenha a ver com a renda gerada pelo livro (no Brasil e no exterior) e pelo filme —, Tarquini recorreu à Justiça e se apresentou como “autor”.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que Tarquini, embora tenha escrito o livro, não deve ser apontado como seu “autor”. O jornalista dever ser visto unicamente como ghost writer. Raquel “Bruna Surfistinha” Pacheco comprou seu trabalho para que escrevesse “O Doce Veneno do Escorpião”, mas não teria sugerido que se apresentasse como “autor” ou “coautor” do texto. O livro, a se aceitar a tese do relator Paulo de Tarso Sanseverino, é “da” ex-garota de programa.
Raquel “Bruna Surfistinha” Pacheco começou a ser prostituir aos 17 anos. O livro, mais picante do que “50 Tons de Cinza”, ficou na lista de mais lidos durante semanas. Editado em espanhol e inglês, tornou a jovem famosa internacionalmente.