Breve reflexão sobre Luísa Sonza e sua exposição da traição de Chico Moedas

26 setembro 2023 às 23h05

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A notícia da semana passada no que diz respeito a celebridades, sem dúvida, foi a revelação, ao vivo e em rede nacional, da traição sofrida pela cantora Luísa Sonza. No Mais Você, da TV Globo, sem que nem mesmo a apresentadora Ana Maria Braga, ela leu uma carta em que contou como foi enganada pelo namorado, o influenciador Chico Moedas.
Normalmente, a manhã não é o momento do dia mais frequente para furos jornalísticos, ainda mais uma atração que não é voltada a esse fim. Mas a edição da quarta-feira, 20, entrou para a história do programa, pela forma com que tudo se deu.
Conforme foi revelado, a participação de Luísa já estava marcada com antecedência. Ela iria visitar Ana Maria Braga ser homenageada pelo tremendo sucesso de Escândalo Íntimo, seu álbum lançado no fim de agosto e que bateu o recorde de maior lançamento digital do Brasil, com 15,6 milhões de acessos nas plataformas de áudio. Outro motivo era que 20 de setembro é também o Dia do Gaúcho – ela é nascida na pequena Tuparendi, a pouco mais de 500 quilometros de Porto Alegre, no noroeste do Estado.
O que a produção do Mais Você soube, apenas, é que ela falaria sobre sua relação com Chico Moedas, que já estava visada por aqueles dias pelos repórteres do “setor de celebridades”.
Livre para fazer como quisesse fazer, a cantora leu uma carta ao vivo no programa de maior audiência apresentado por uma mulher no Brasil. À parte a festa que a produção da Globo fez por conta do alcance e da repercussão, há muito a se considerar sobre a própria Luísa e as mulheres em geral.
Luísa Sonza tem apenas 25 anos e talvez seja a brasileira mais exposta nos últimos anos em sua vida pessoal. Seus relacionamentos com outras celebridades anteriores, com o humorista Whindersson Nunes e depois com o cantor Vitão, foram acompanhados avidamente por “fãs de casal”, que torcem pelo bem de uma relação entre famosos, ou por “haters”, que estão por ali só para destilar toxicidade virtual.
O relato que ela faz da traição, como ela mesmo diz, com certeza seria o mesmo de inumeráveis mulheres que já se descobriram traídas e tiveram de lidar com isso. Luísa usa sua fama, que muitas vezes a “cancelou”, para dar suporte ao empoderamento: se as mulheres de sua família, por não ter opção, tiveram de ficar com o traidor por não ter para onde ir, ela escolhe não viver o “amor” e não o “amargor” – como Chico Moedas teria sugerido, segundo ela, quando discutiram o ocorrido.
Há diversos ângulos para se olhar para essa situação. Um deles, de uma ala ainda mais engajada, diz que o fato de ser branca e rica tira o lugar de fala de Luísa Sonza para falar pelas mulheres em geral. De fato, é diferente para alguém como uma artista de alcance nacional lidar e superar uma questão como a traição ou, coisa pior, a violência doméstica, por exemplo. Mas “diferente”, no caso, não significa “mais fácil”. No máximo, “menos difícil”. Ninguém gosta de ser traído quando dá a outrem sua confiança. Para as mulheres, num país machista, gritar isso para o mundo ouvir é sempre um grande desafio. Mesmo para uma mulher como Luísa Sonza, amadurecida à força com apenas um quarto de século de vida.