Biografia relata que o general Humberto de Alencar Castello Branco, irritado com “perseguição” do general e ministro Henrique Lott e impulsionado pela política americana da Guerra Fria, se tornou o cérebro do golpe civil-militar de 1964
Biografia relata que o general Humberto de Alencar Castello Branco, irritado com “perseguição” do general e ministro Henrique Lott e impulsionado pela política americana da Guerra Fria, se tornou o cérebro do golpe civil-militar de 1964

O golpe de 1964 faz 50 anos e sua história começa a ser escrita com menos paixão ideologizada. Historiadores, como Daniel Aarão Reis Filho, sugerem uma linguagem “nova”: golpe civil-militar e ditadura civil-militar. Aarão Reis afirma que, ao se retirar o elemento civil, que foi decisivo tanto no golpe quanto na ditadura, reforça-se o peso do militarismo, mas a verdade passa a ser apresentada apenas parcialmente. Como ignorar que civis como Magalhães Pinto, Carlos Lacerda, Adhemar de Barros, para citar apenas três políticos, foram decisivos para o golpe? O governador goiano Mauro Borges (PSD), com mais seis governadores, ajudou a escolher o general Castello Branco como primeiro militar presidente da República (eleito pelo Congresso), no ciclo militar, em 1964.

Como rejeitar que especialistas civis — Roberto Campos, João Paulo dos Reis Veloso, Mario Henrique Simonsen, Delfim Netto, Carlos Medeiros, Gama e Silva, Francisco Campos e Leitão de Abreu — foram fundamentais na construção do planejamento econômico e do esforço fazendário e na elaboração do novo arcabouço institucional? Militares chegaram a dizer que civis propunham atos mais duros contra os adversários do regime. O AI-5 aprovado pelo presidente Costa e Silva teria sido mais “ameno” do que o proposto por um civil. Há outro aspecto que os historiadores, como Aarão Reis e Denise Rollemberg, começam a discutir, e sem receio de ferir suscetibilidades: a esquerda armada, os guerrilheiros, não era democrática. Antes mesmo de 1964, parte da esquerda já se mostrava golpista e antidemocrática. Contra a ditadura da direita, pensava-se numa ditadura da esquerda. Ruim não era a ditadura. Ruim, para a esquerda, era a ditadura da direita. Aarão Reis sugere, também, que a ditadura durou menos do que se imagina. Acabou, na sua perspectiva, em 1979. Não durou, portanto, 21 anos.

Aos poucos, depois de longo inverno, jornalistas e historiadores começam a analisar, sem a pressão do desapareço ideológico, os protagonistas militares do golpe e do regime. Gláucio Ary Dillon Soares, Maria Celina D’Araujo e Celso Castro, professores universitários com doutorado, publicaram, entre 1994 e 1995, três livros sensacionais: “Visões do Golpe — A Memória Militar Sobre 1964” (Relume Dumará, 257 páginas), “Os Anos de Chumbo” (Relume Dumará, 327 páginas) e “A Volta aos Quartéis” (Relume Dumará, 329 páginas). As obras abrem espaço para entrevistas muito bem feitas com militares que contribuíram para o golpe e para a ditadura. Em 1997, Maria Celina D’Araujo e Celso Castro lançaram em volume exclusivo “Ernesto Geisel” (Fundação Getúlio Vargas, 494 páginas), uma longa entrevista com o general que, como presidente e aliado ao general Golbery do Couto e Silva, matou a ditadura, contrariando a linha dura militar, que queria seu prosseguimento. Geisel conta que Castello Branco não queria cassar o governador Mauro Borges, em 1964, porque eram aliados e o goiano havia apoiado o golpe, depois de romper com o presidente João Goulart. “Sugeri ao presidente a nomeação do Meira Mattos para interventor”, revela Geisel.

O terceiro presidente militar, Emílio Garrastazu Médici, é o patinho feio da ditadura, embora seja o responsável pelo Milagre Econômico que levou o país a crescer 10% ao ano. “Segredos de Médici” (Marco Zero, 90 páginas, 1985), do jornalista A. C. Scartezini (analista de política nacional do Jornal Opção), é um livro raro (pequeno e importante), porque o presidente é pouco explorado. “Médici — O Depoimento” (Mauad, 94 páginas, 1995) contém a entrevista de Roberto Nogueira Médici, filho do general, aos pesquisadores Maria Celina D’Araujo e Glaucio Ary Dillon Soares. O norte-americano Daniel Drosdoff, jornalista e doutor em história por Columbia, publicou “Linha Dura no Brasil — O Governo Médici: 1969-1974” (Global, 175 páginas, tradução de Norberto de Paula Lima, 1986).

O melhor livro sobre a relação entre Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva é “A Ditadura Derrotada — O Sacerdote e o Feiticeiro” (Intrínseca, 580 páginas, edição revista), do jornalista Elio Gaspari. Trata-se de um relato empático, mas crítico, que mostra como os generais que ajudaram a formular a ditadura, em 1964, decidiram extingui-la, entre 1974 e 1979. O presidente que acabou com a censura e o AI-5 disse: “Recebi no palácio todos os donos de órgãos de comunicação. Nenhum me pediu o fim da censura”. Por que decidiu acabar com a ditadura? “Porque o regime militar, outorgando-se o monopólio da ordem, era uma grande bagunça” (o texto entre aspas é de Gaspari, traduzindo o pensamento do general). Em 1977, Geisel exonerou o ministro do Exército, Sylvio Frota, que avaliou, errado, que o presidente era um Castello Branco com pinta de alemão. Mas Geisel não era Castello Branco e Frota não era Costa e Silva. Ao derrubar Frota, Geisel enquadrou a linha dura, que havia chegado a pensar em retirá-lo do poder e, até, a matar Golbery.

Leitor do Padre Vieira

O primeiro presidente militar, o general Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967), foi examinado por livros de Luís Viana Filho (“O Governo Castello Branco”, Editora José Olympio, 1975) e John W. F. Dulles (“Castello Branco: O Caminho Para a Presidência”, Editora José Olympio, 1979, e “Castello Branco: O Presidente Reformador”, Editora UnB, 1983). Mas a melhor biografia é “Castello — A Marcha Para a Ditadura” (Contexto, 429 páginas, 2004), do jornalista Lira Neto.

Como Castello Branco, militar legalista e adepto da democracia — apreciava a França e os Estados Unidos —, se tornou um apóstolo da ditadura? Lira Neto mostra, com mestria, como isto ocorreu.

Com 1,67m, com problemas na coluna e dores permanentes nas costas, Castello Branco impressionava pela feiura (parecia não ter pescoço e era conhecido como Quasímodo) e pela inteligência. Preferia o teatro — era leitor da obra de Shakespeare — ao cinema. Leu os “Sermões” do padre Antônio Vieira e “Nova Floresta”, do padre Manuel Bernardes. Ouvia música erudita. “Colecionava, com singular entusiasmo, todos os textos, imagens e livros sobre Napoleão Bonaparte”, informa Lira Neto. No início da vida militar, seu ídolo era o advogado e político baiano Ruy Barbosa. Na intimidade, era um mestre na arte de contar piadas e tinha a língua afiada. Ao conhecer a mulher, Argentina, sua única paixão, apresentou-se como pé de valsa. (Uma irmã de Argentina, Inês, foi paixão platônica do poeta Carlos Drummond de Andrade.) Era admirador das ideias e das obras de Gustavo Barroso, líder integralista.

Era, no início e durante boa parte da carreira militar, um legalista. “Acreditava, como Ruy [Barbosa], que ‘a nação governa, o Exército obedece’.” Na década de 1920, apesar da força do tenentismo, permanece contra o golpismo civil-militar. “Nós éramos revolucionários; ele [Castello Branco], um legalista”, disse o general Emídio da Costa Miranda. Apegado aos regulamentos, era um militar da ordem.

Mas em 1924, suspeito de subversão, o tenente Castello Branco foi preso. Motivo: era amigo do rebelde Riograndino Kruel, irmão do também militar Amaury. Na escola militar, era um aluno aplicado. Em 1922, perdeu o primeiro lugar para o tenente Henrique Lott. Aí começava uma rivalidade que, de pessoal, se tornaria político-militar. Mais tarde, a serviço do governo federal, combateu a Coluna Prestes.

Fidel Castro e Lott, em 1959, que deu empurrão que faltava para Castello Branco se tornar conspirador contra a democracia
Fidel Castro e Lott, em 1959, que deu empurrão que faltava para Castello Branco se tornar conspirador contra a democracia

A Revolução de 1930 empolgou os tenentes, que apoiaram o golpe e, depois, o governo de Getúlio Vargas. “Para Castello, a hierarquia, valor sagrado da caserna, estava desmoralizada.” Em 1931, numa avaliação rigorosa, o capitão Castello Branco ficou em primeiro lugar, “recebendo o disputadíssimo conceito très bien, sempre conferido com muita parcimônia pelos instrutores da Missão Francesa”. Em dez textos escritos nesse período, criticou a participação dos militares na política. “O militar-político é uma espécie de lobisomem, um homem de existência dupla e misteriosa, que mete medo”, filosofou. “Para entrar na política, primeiro o militar deveria largar a farda”, acrescentou. “Quando surgem os grandes abalos na vida brasileira, uma das pontes que a política encontra para passar e entrar no Exército é a do militar-político. Através deste, as classes armadas têm sido historicamente desviadas de seu rumo e desgraçadamente divididas.”

Em 1938, na Escola Superior de Guerra da França, em Paris, Castello Branco foi elogiado pelo comando: “Oficial inteligente, muito sério, espírito fino e indulgente. (…) Apto a ser um ótimo oficial de estado-maior: tem o nível dos melhores oficiais franceses de sua patente”. Com a Segunda Guerra Mundial, o tenente-coronel é enviado aos Estados Unidos, com o tenente-coronel Amaury Kruel e os coronéis Floriano de Lima Brayner e Henrique Lott, para certificar-se tanto da nova tecnologia de guerra quanto do plano americano para a participação brasileira na batalha.

No campo da guerra, enquanto não estava planejando as táticas dos militares brasileiros, Castello Branco conversava com o jornalista e cronista Rubem Braga. Um dos assuntos era a literatura de Anatole France.

Na batalha travada na Itália, o tenente-coronel era o braço-direito do comandante da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Mascarenhas de Moraes. Aliado de Castello Branco, o general Mascarenhas de Moraes dispensou Lott, que voltou para o Brasil arrasado e irado.

Um erro de planejamento de Castello Branco provocou a morte de 150 militares, mas, em seguida, suas ideias foram dando resultados positivos e agradando o comando americano. Na Itália, tornou-se amigo do militar americano Vernon Walters, que mais tarde contribuiu para o golpe de 64.

Como líder militar, era duro. Um oficial disse a Castello Branco, depois de ser pressionado a enfrentar os alemães: “Sr., estou disposto a morrer pelo Brasil, mas não quero que meu filho fique órfão por eu estar defendendo uma causa sem esperança”. O tenente-coronel “desabotoou o coldre do revólver e ameaçou: ‘Tenente, vá imediatamente para sua posição. Ou seu filho será de fato órfão’”. O militar reuniu a tropa e voltou a lutar contra os alemães. Condecorado por bravura, Castello Branco recebeu a Cruz de Guerra de Primeira Classe e foi promovido a coronel.

De volta ao Brasil, assumiu a direção geral de Ensino da Escola de Estado-Maior. “O Brasil não pode mais continuar à mercê de ditaduras”, disse Castello Branco. “A política tenta, azinhavra os homens, quando não os enlameia”, frisou. Em 1945, não deu apoio público ao golpe que derrubou Getúlio Vargas. Mas seu anticomunismo havia se reforçado, possivelmente devido ao convívio com os americanos. O então capitão Nelson Werneck Sodré, que se tornaria general e historiador eminente, disse do superior: era “inalteravelmente polido, embora quase sempre frio”.

Na Escola Superior de Guerra, espécie de “Sorbonne brasileira”, Castello Branco passou a ser uma estrelas. O National War College dos Estados Unidos era a inspiração da ESG, que adotou como regra o binômio segurança e desenvolvimento. A Guerra Fria “apresentava-se” aos militares brasileiros e Castello Branco, embora ainda legalista, tomou partido dos americanos contra os soviéticos e seus adeptos no Brasil.

Na década de 1940, passa a ler os artigos do político e jornalista Carlos Lacerda. Empolga-se com sua verve e, por certo, seu anticomunismo de vivandeira.

Em 1952, o general-de-brigada Castello Branco assessora Mascarenhas de Moraes no Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa). Em 1954, rejeita convite para ser candidato a governador do Ceará. Nesse ano, defende a renúncia do presidente Getúlio Vargas — assinou o “Manifesto dos Generais” (Lott também assinou), mas, contrariamente a Lacerda, sugere que o vice assuma o governo. Mesmo cada vez mais próximo das correntes golpistas, civis e militares, era legalista e assume a direção da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Em 1956, de novo contra a opinião de Lacerda, que pregava o golpe, Castello Branco, seguindo Lott, defende a posse do presidente Juscelino Kubitschek. Numa palestra, o general assinala: “O regime discricionário ou ditatorial, além de acabar com a liberdade humana e os direitos do cidadão, é mais adequado à corrupção civil e à desmoralização do Exército do que o da legalidade precária”. O legalista mostra que está vivo. Um pouco antes, durante uma visita à Eceme, Lott foi vaiado. O general atribuiu a vaia a Castello Branco, seu rival histórico no Exército.

Sob pressão, Castello Branco pediu demissão da direção da Eceme, em 1956. Ficou como subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas. JK ofereceu-lhe a presidência da Petrobrás, mas o general não aceitou. “Disse que era um soldado, um homem do Exército, e jamais trocaria a farda por um cargo civil”, registra Lira Neto.

Aos poucos, Castello Branco começa a sair das sombras e passa a criticar Lott, homem forte do governo de Juscelino, publicamente, mas encontra pela frente um oponente duro e vingativo. “Lott decidiu classificar a falta apenas como média, conforme a repreensão que seria afixada em seus documentos militares”, relata Lira Neto.

Castello Branco ficou literalmente doente, chegou a ser internado, mas ali, na suposta vingança de Lott contra um adversário histórico, nascia o conspirador que iria trabalhar, com habilidade, para arrancar os civis (e apoiadores militares) do poder. A encrenca com Lott certamente é o ponto de partida das ações de Castello Branco, no futuro, contra o governo civil de João Goulart. Quando, a pedido de Negrão de Lima, JK decidiu promover Castello a general-de-divisão, Lott avisou: “O sujeito é nosso inimigo, presidente”. Era. Lott, para se vingar, mandou o general para o comando da Amazônia.

Inicialmente, Castello Branco julgou-se acabado. Mas Lott continuava no seu encalço e o responsabilizou pela Revolta de Aragarças, em Goiás. Mais do que um Fouché tropical, o general escreveu numa carta: “O episódio de Aragarças é mais um empurrão que recebemos no plano inclinado em que deslizam as Forças Armadas. Idealismo, possivelmente. Mas, além de inépcia, um erro de visão de que o Brasil não pode melhorar dentro do regime constitucional. O Brasil não quer quarteladas, nem revolução, pelo menos no período que atravessamos”.

Partindo para o ataque, Castello Branco denuncia que o ministro do Exército pretendia articular uma “ditadura militar lottista”. “A todos, sempre e invariavelmente, declarei que, na hipótese de qualquer golpe, estaria contra e que tomaria parte da reação”, destacou.

Hora do conspirador

Em 1961, mais do que apoio, Castello Branco admite que o parlamentarismo era uma saída para evitar uma crise mais ampla. Em 1962, general-de-exército, se alinha com os militares golpistas, por rejeitar o presidente João Goulart e alguns de seus aliados, como Miguel Arraes, governador de Pernambuco (e avô de Eduardo Campos, atual governador do Estado). Tornou-se, afirma Lira Neto, o “mais arguto” dos conspiradores contra Jango. “Acredito que a infiltração comunista é facilitada pela colocação de propagadores do comunismo em postos de administração, do ensino e de organismos estatais” — era um ataque de Castello Branco ao presidente e aliados.

Enquanto Jango se apresenta como o “general” dos soldados, cabos e sargentos, aos poucos Castello Branco afigura-se como líder dos generais e dos civis que queriam a deposição do presidente. Aconselharam o presidente a expurgar o general, mas, na sua inação habitual, o líder petebista nada fez — “o general Assis Brasil me disse que o homem é sensível e que, se for punido, poderia até se suicidar”, disse Jango a João Pinheiro Neto — e Castello Branco foi ficando cada vez mais forte. Era o general que estava desafiando o poder, quase sempre nos bastidores, ao lado de Golbery do Couto e Silva, Cordeiro de Farias, Ernesto Geisel, Adhemar de Barros, Antônio Carlos Muricy, Bizarria Mamede. Luís Carlos Guedes, Olympio Mourão Filho e de civis, como Carlos Lacerda e Magalhães Pinto.

Deixando de ser legalista, por ter se tornado crítico acerbo da anarquia militar — sargentos já estavam quase mandando em generais — e por denunciar o fantasma do comunismo, Castello Branco passa a se colocar como articulador de um golpe civil-militar. Começa a se reunir com políticos da oposição, empresários (a maioria integrava o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e magnatas da imprensa, como Roberto Marinho, de “O Globo”, e Júlio Mesquita Filho, de “O Estado de S. Paulo”. A conspiração se dava em sua casa, em Ipanema, no Rio de Janeiro. “Castello observou que eles, militares, poderiam inclusive lançar mão da quebra da ordem institucional, desde que fosse para impedir o ‘avanço comunista’.”

Depois de vários encontros com políticos, empresários e militares, o general Adhemar de Queiroz disse: “Já temos um líder”. Tinham: Castello Branco articulava o golpe com habilidade e relativa discrição. O governo dos Estados Unidos, por intermédio do embaixador Lincoln Gordon e, depois, do coronel Vernon Walters, também via Castello Branco como aliado e pró-americano.

Em 31 de março de 1964, quando o general Olympio Mourão, com o apoio do general Luís Carlos Guedes, pôs o golpe em evidência, em Juiz de Fora (MG), Castello Branco ainda tentou segurá-lo um pouco mais. Não dava mais tempo. O golpe estava nas ruas, mas era possível impedi-lo, se o presidente Jango tivesse agido com mais energia. O caos, entre 31 de março e 1º de abril, era um fato dos dois lados. Levou o poder aquele que tinha um líder mais consistente, talvez por ser um militar experimentado. Uma boa história do golpe pode ser lida em “A Ditadura Envergonhada” (Intrínseca, 431 páginas), de Elio Gaspari. Mas, para compreender como um general legalista se tornou golpista e acabou se tornando o primeiro presidente militar da ditadura, é importante ler o livro de Lira Neto. (Para entender o figadal rival de Castello, recomenda-se a leitura de “O Soldado Absoluto — Uma Biografia do Marechal Henrique Lott”, de Wagner William, Editora Record, 571 páginas, 2005.)