Na era da informação, o jornalismo ganhou novas ferramentas

Foto: Reprodução

Era 10 de julho de 2018 quando um vídeo começou a circular na internet. Nele, soldados apareciam matando mulheres — que estavam, inclusive, carregando seus filhos nas costa — sob a acusação de que elas pertenciam ao grupo terrorista Boko Haram.

As informações sobre onde este vídeo foi gravado eram imprecisas. Alguns diziam ter sido em Camarões. Outros, no Mali. Com a ajuda do Google Maps e do Facebook, a BBC África resolveu investigar elementos presentes na gravação para tentar descobrir onde e quando a cena ocorreu e de que país eram os soldados que mataram as mulheres.

No vídeo, aparecem montanhas ao fundo, cuja topografia é a mesma de uma região ao norte de Camaraões. A reportagem conclui que a gravação ocorreu entre 20 de março de 2015 e 5 de abril do mesmo ano devido ao cálculo feito a partir das sombras das pessoas, a construções que existem até determinada data no Google Maps e a outros elementos que só são visíveis em estações específicas do ano. Além disso, armas e uniformes usados pelos soldados são os mesmos que pertencem ao exército camaronês.

A investigação identificou três dos soldados que aparecem no vídeo e encontraram seus respectivos perfis no Facebook. Na era da informação, o jornalismo investigativo ganhou novas ferramentas.

O governo camaronês, que, inicialmente, negava, admitiu que sete soldados estão presos e sob investigação.

Assista ao vídeo da reportagem: