Antônio Almeida era o favorito. Mas Lena Castello Branco pode ser eleita na Academia Goiana de Letras
28 março 2016 às 17h47
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O dono da Editora Kelps é autor de apenas um livro e perdeu o apoio de alguns acadêmicos. A historiadora é apoiada por Coelho Vaz, Lêda Selma e Getúlio Targino
O empresário Antônio Almeida, proprietário da Editora Kelps, e a historiadora Lena Castello Branco, autora de um alentado estudo sobre a família Caiado, disputam uma cadeira na Academia Goiana de Letras na quinta-feira, 31. Trata-se da vaga de César Baiocchi, recentemente falecido.
Antônio Almeida confidenciou a aliados que, quando estava doente, César Baiocchi disse-lhe que gostaria que ocupasse sua cadeira. O empresário relatou a amigos que chegou a sonhar que havia se tornado acadêmico.
Inicialmente, por ter editado livros de escritores por 30 anos, Antônio Almeida era apontado como favorito. Porém, como escreveu só um livro — há quem sustente que se trata de trabalho de ghost writer —, um grupo de acadêmicos diz que não está qualificado para ser integrante da AGL. Ele conta com o apoio de Iúri Rincón Godinho, Luiz Aquino, Ubirajara Galli e Bariani Ortencio.
Antônio Almeida, conhecido como Antônio da Kelps, não teria seguido as regras da Academia. Ele ligou para os acadêmicos e pediu votos. Mas não enviou um documento — uma carta — oficializando sua solicitação. Isto teria desagradado os tradicionalistas.
Um dos apoios que Antônio Almeida perdeu, nos últimos dias, é preocupante. Ex-presidente da AGL, Geraldo Coelho Vaz decidiu apoiar Lena Castello Branco.
Lena Castello Branco
A candidatura da historiadora e escritora Lena Castello Branco é vista com simpatia por vários acadêmicos. Primeiro, pelo fato de ser uma historiadora gabaritada, com doutorado pela Universidade de São Paulo e autora de livros apontados como “magníficos”. Mesmo os livros de matiz universitário revelam uma escritora nata. Segundo, tem o voto das seis acadêmicas, como Lêda Selma, presidente da AGL. Terceiro, tem o apoio de dois acadêmicos que são articuladores poderosos — Getúlio Targino, ex-presidente da AGL, e Geraldo Coelho Vaz. O escritor e historiador Eurico Barbosa também deve apoiá-la.
A tese de cinco acadêmicos ouvidos pelo Jornal Opção é a seguinte: se quiser fazer política, agradando um editor de livro, a AGL fica com Antônio Almeida; porém, se quiser prestigiar a cultura, a Academia fica com Lena Castello Branco.