Andréia Sadi é jornalista e tem estrela. Ela chama a atenção. Está certo? Errado não é. Porque, acima de tudo, é uma grande repórter, que tem um imenso apreço pela apuração precisa e aprecia divulgar furos de reportagem. O fato de chamar atenção por ser bonita e charmosa é um detalhe, não é a essência de seu trabalho.

Há um diferencial entre Andréia Sadi e muitos jornalistas que trocam a reportagem pela apresentação. Ela permanece repórter, por entender, por certo, que a única profissão no jornalismo é a de repórter. Editor, para ficar num exemplo, é cargo, não é, a rigor, uma profissão.

Entre os homens, César Tralli é o que tem perfil parecido com o de Andréia Sadi. Ele mantém contato com fontes e, por vezes, corrige (e acrescenta) informações durante a apresentação do telejornal, no “Jornal Hoje”, da Globo, ou na GloboNews.

O “Estúdio I”, com apresentação de Andreia Sadi, superou as expectativas. Antes estavam transformando o jornalismo em entretenimento. Com ela, houve uma retomada do jornalismo, da busca da informação exclusiva. As análises ficaram também mais abrangentes. Numa palavra, o programa ficou mais “vivo”.

Ao apresentar o “Jornal Hoje”, cobrindo folgas de César Tralli, como no sábado, 24, Andréia Sadi foi muito bem. Ainda não tem a precisão de William Bonner e de César Tralli. Mas ela compensa a pouca experiência na apresentação com seu forte interesse pela notícia.

Andréia Sadi não é uma apresentadora mecânica e atribuo isto ao fato de que se mantém como uma repórter atentíssima aos fatos.

O que falta a Andréia Sadi talvez seja um interesse mais amplo por assuntos variados, e não apenas política, seu forte.