Americano lança biografia exaustiva do grande boxeador Eder Jofre

05 fevereiro 2021 às 13h16

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No ringue, o brasileiro parecia uma abelha de 51 quilos. Quando começava a bater, se tornava um elefante

Wilson Baldini Jr. edita o melhor blog de boxe em português (instalado no “Estadão”). Solitariamente (homem-exército). Escreve pequenas reportagens e análises precisas sobre a nobre arte — também conhecida, pelos aficionados, como sétima arte (o cinema talvez seja, no máximo, a oitava arte). O jornalista informa que sai do forno, em março deste ano, o livro “Eder Jofre — Primeiro Campeão Mundial de Boxe do Brasil” (edição da Win by KO Publications), do escritor americano Chris (Christopher J.) Smith.

Com 605 páginas, a biografia sai primeiro nos Estados Unidos. Mas já está sendo traduzida, informa Baldini Jr., e sairá nos alegres trópicos em agosto. Leitura, para quem aprecia a arte suave — porque, sendo arte, tem de ser suave (os lutadores são espécies de pintores, renascentistas dos punhos) —, desde logo, imperdível. Verifiquei na Amazon, mas ainda não aparece na sua lista, nem em e-book nem na versão impressa.

Quem é Eder Jofre? Pois bem: pense em Muhammad Ali, o boxeador negro, campeão dos pesados. Pois o brasileiro, um gênio do boxe (sim, o boxe gera gênios), tem a estatura histórica do celebrado ex-Cassius Clay. Com 1,64m, pesando 51 quilos, quando entrava no ringue, o mundo não via um lutador pequeno, e sim um gigante. Durante as batalhas, ia, com seus punhos corrosivos, esculpindo, por assim dizer, o corpo dos adversários — batendo duramente em todas as partes legais. Era uma abelha que batia com a força de um elefante-chefe.
A Wikipédia informa que lutou 81 vezes, obteve 75 vitórias, perdeu apenas duas e empatou quatro vezes. Venceu 52 lutas por nocaute. No ringue, era uma mistura dos generais Sherman e Patton — ambos George. Implacável. Os adversários possivelmente tinham medo do pequeno brasileiro.
O Brasil deve festejar o vegetariano Eder Jofre como lutador, claro, mas também como artista. O artista dos punhos de ouro. Não à toa o chamam de Galo de Ouro.