Adalberto Monteiro lança quarto livro de poesia

12 abril 2018 às 17h49

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O bardo mostra que é possível fazer poesia engajada de alta qualidade
Há quem acredite que uma poesia vista como engajada tende a ser ruim. Há, de fato, poesia engajada de baixa qualidade. Assim como há poesia não engajada de má qualidade. A poesia de Adalberto Monteiro tem uma excelência rara e é, no geral, engajada.
Mas a poesia de Adalberto Monteiro, dirigente do Partido Comunista do Brasil, não é apenas engajada; aqui e ali, é também lírica. Diria que é poesia e que os penduricalhos, como a palavra engajada, não caem inteiramente bem.
Não há a menor dúvida de que Adalberto Monteiro quer e luta por um mundo melhor. Mas sua poesia não para aí, não é mero registro de lutas e sofrimentos (que, sim, aparecem nos seus textos). É uma poesia ambiciosa, altamente perceptiva, que colhe com precisão as filigranas do mundo e as venturas e desventuras do homem.
O livro “Pé de Ferro & Outros Poemas” (Fundação Maurício Grabois e Anita Garibaldi, 184 páginas) revela um Adalberto Monteiro em estado de graça com a vida, com as palavras, e sempre posicionado.
Adalberto Monteiro, de 60 anos, é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás. Nascido no Piauí, mora em São Paulo.
Serviço/Lançamento
“Pé de Ferro” será lançado na quinta-feira, 12, às 19h30, na sede do Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Goiás.
Lambendo a cria
Adalberto Monteiro
Nesse começo de madrugada, lambendo uma cria
Nova: meu terceiro livro de poemas. Quanto amor,
lágrimas e risos carrega… O que é um livro de poemas
senão os rastros que se deixa nas estradas pelas quais
se caminhou, ou os olhos arregalados querendo saltar
dos ossos da face para vislumbrar o futuro? O que será
um livro de poemas senão o estuário no qual desem-
bocam as alegrias e as desgraças do mundo?