5G chinês pode tirar do Brasil empresas americanas, alerta embaixador dos EUA
29 julho 2020 às 18h19

COMPARTILHAR
Risco seria na segurança, com o temor de espionagem industrial. No meio da briga, inclusive em Goiânia, ficam as vítimas apanhando dos dois lados
Nilson Gomes
Os Estados Unidos e a China disputam, sem trégua, o apoio do Brasil na área de tecnologia. A bola da vez, divididíssima, é 5G, a quinta geração da Internet móvel, que seria 20 vezes melhor que a atual, o 4G. Um dos países mais emblemáticos que ainda está em dúvida, o Reino Unido, já desceu do muro — do lado de cá do Atlântico. Sem a Inglaterra, os chineses estão cercando a América do Sul (teriam financiado equipamentos para 13 nações vizinhas). E a reação mais dura veio na tarde desta quarta-feira, 29 de julho.

O embaixador dos EUA no Brasil, Todd Crawford Chapman, disse ao jornal “O Globo”que o País vai ter de “aguentar as consequências” caso acolha o 5G chinês. Uma delas, a mais grave possível, foi citada pelo diplomata: as empresas americanas deixarem o Brasil.
Sabe-se que por trás do duelo entre as duas potências está a reeleição de Donald Trump, que tirou a primeira vitória brigando com os mexicanos e agora, em novembro, quer fazer dos chineses seus malvados favoritos.
Huawei, a empresa que coloca a China no mapa-múndi dessa tecnologia, virou encarnação do mal devido ao suposto Império da Pirataria. Na visão do governo americano, o mercado ficaria vulnerável com todos os seus dados ao dispor dos chineses. As multinacionais tremeriam de medo da espionagem industrial.

Em meio ao pandemônio estão os usuários brasileiros, que já tiveram de aguentar dois cancelamentos do leilão do 5G e vão esperar até 2021, em dia e mês ainda incertos. Impotentes diante dos gigantes, só resta esperar por bom senso.
Goiânia, que tem pit dog à ufa, mas adora sanduíche do McDonalds com Coca-Cola e do Burger King com Pepsi, tem de engolir a ameaça de ficar sem os empregos e sem os investimentos — além de sem as bebidas e os hambúrgueres.
Pode ser um blefe do embaixador, mas nestes tempos de crise é melhor não pagar pra ver.

