O relacionamento conturbado entre os Estados Unidos e o Irã começou a se intensificar após a Revolução Islâmica de 1979, que depôs o xá Mohammad Reza Pahlavi, aliado próximo de Washington. Com a ascensão do aiatolá Khomeini e a instauração de um regime teocrático, o Irã passou a adotar uma postura antiamericana, o que ficou evidente no sequestro da embaixada dos EUA em Teerã, onde 52 americanos foram mantidos como reféns por 444 dias. Esse evento marcante solidificou a percepção do Irã como uma ameaça aos interesses americanos na região e iniciou uma série de confrontos indiretos.

Desde a década de 1980, o Irã tem financiado e armado grupos terroristas que atuam no Oriente Médio e além. A Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), em particular, é apontada como a força por trás do apoio a organizações terroristas, como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza. Essas milícias não apenas desestabilizam a região, mas também atuam contra aliados estratégicos dos EUA, como Israel. O Hezbollah, com o apoio direto de Teerã, realizou uma série de ataques contra interesses americanos, incluindo o bombardeio da embaixada dos EUA em Beirute, em 1983, que matou 63 pessoas, e o ataque ao quartel dos Marines, que resultou na morte de 241 soldados americanos.

Além do Oriente Médio, o Irã também estendeu sua influência para grupos como os rebeldes Houthi no Iêmen, financiando e armando movimentos insurgentes que desestabilizam a ordem política e ameaçam a segurança global. Essa rede de financiamento ao terrorismo transformou o Irã em um dos principais patrocinadores de atividades terroristas no mundo, consolidando sua imagem de “Estado pária” nas relações internacionais.

O programa nuclear iraniano é outra fonte significativa de tensão. Desde a década de 2000, a comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, tem expressado preocupações sobre o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Embora o Irã alegue que seu programa nuclear tem fins pacíficos, como a geração de energia, relatórios de organizações como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicam que o país tem acumulado urânio enriquecido a níveis perigosos, próximos dos necessários para a fabricação de armas nucleares.

Em resposta a essa ameaça, os Estados Unidos, sob diferentes administrações, buscaram estratégias de contenção. O Acordo Nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi uma tentativa de limitar a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares em troca do alívio de sanções econômicas. No entanto, o presidente Donald Trump, em 2018, retirou os Estados Unidos do acordo, alegando que ele era insuficiente para evitar que o Irã alcançasse seus objetivos nucleares. A política de “pressão máxima” de Trump restabeleceu sanções econômicas severas, buscando enfraquecer o regime iraniano e conter suas ambições nucleares.

Além de seu programa nuclear, o Irã utiliza seus recursos para criar e fortalecer milícias em todo o Oriente Médio. No Iraque, a presença de grupos pró-iranianos que atuam com apoio da Força Quds (uma unidade da Guarda Revolucionária Iraniana) tem sido um grande obstáculo para a estabilização política do país após a queda de Saddam Hussein. Esses grupos, como as Brigadas Hezbollah, têm realizado ataques contra as forças americanas e aliados, contribuindo para a perpetuação do conflito e a instabilidade regional.

O papel do Irã no apoio a regimes ditatoriais, como o de Bashar al-Assad na Síria, também contribui para sua reputação como um fator desestabilizador. Durante a Guerra Civil Síria, o apoio militar do Irã ao governo de Assad, incluindo o envio de tropas e armamentos, permitiu que o regime sobrevivesse, às custas de centenas de milhares de vidas civis.

Essa atuação iraniana no financiamento e suporte a grupos insurgentes e ditadores regionais faz do país uma ameaça contínua à paz mundial. Os Estados Unidos, como principal defensor da ordem internacional e da segurança global, têm se posicionado contra essa política externa agressiva do Irã, destacando o país como um dos principais financiadores do terrorismo no mundo.

Ao longo das últimas quatro décadas, os Estados Unidos mantiveram uma política de contenção em relação ao Irã. Através de sanções econômicas, apoio militar aos aliados da região e, em alguns casos, ações diretas, como o assassinato do general Qassem Soleimani, em 2020, Washington tem trabalhado para limitar o alcance das ações iranianas. A estratégia americana também envolve esforços diplomáticos com países europeus e do Oriente Médio, buscando isolar o regime iraniano e impedir que ele adquira armas nucleares.

Os recentes eventos entre Irã e Israel exemplificam o aumento das tensões no Oriente Médio. Em 1º de outubro de 2024, o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, marcando um dos maiores ataques diretos entre os dois países nos últimos tempos. Esse ataque foi em resposta ao assassinato de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e outros líderes de milícias pró-Irã, como Ismail Haniyeh, por Israel. Embora muitos dos mísseis iranianos tenham sido interceptados pelas defesas aéreas israelenses, alguns causaram danos em instalações militares e civis​

Esse ataque, batizado pelo Irã como “Operação Promessa Verdadeira 2”, foi parte de uma escalada de retaliações contínuas que vêm ocorrendo desde o início do ano, e representa uma clara intensificação das hostilidades na região. Israel, por sua vez, prometeu retaliar com força e conta com o apoio militar e diplomático dos Estados Unidos, que têm se comprometido a garantir que o Irã enfrente “consequências severas” por suas ações​. Essas tensões recentes destacam o papel contínuo do Irã como patrocinador de milícias que ameaçam a paz na região, corroborando a narrativa de que o país age como um desestabilizador no cenário internacional.

Essa escalada demonstra que a postura rígida adotada por Donald Trump durante seu mandato estava bem fundamentada. Ao se retirar do Acordo Nuclear de 2015 e impor sanções severas contra o regime iraniano, Trump reconheceu cedo o perigo que o Irã representava não apenas para Israel, mas para a estabilidade global. Suas políticas de “pressão máxima” buscaram conter um regime que, como se observa agora, continua a apoiar o terrorismo e a desestabilizar o Oriente Médio. A estratégia de Trump de lidar com o Irã como uma ameaça direta à paz mundial prova-se acertada, especialmente à luz das recentes ações iranianas, que reafirmam o país como um dos principais fomentadores de conflitos na região​. E é por isso que as eleições americanas de 2024 são tão importantes, não somente para os Estados Unidos, mas para a paz no mundo.