Bolsonaro preso? PL pode estar se preparando para a ‘bala de prata’
11 fevereiro 2024 às 19h24
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A tensão e o receio que pairam nos bastidores do Partido Liberal, o PL, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis são inquietantes, quase palpáveis. Desde que a Polícia Federal (PF) prendeu Valdemar da Costa Neto (presidente do PL) e apreendeu o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro – figura de maior destaque do partido -, além de o proibi-lo de fazer qualquer tipo de contato com os outros investigados na operação, a impressão que se tem é a de que os membros da legenda temem que Jair possa ser preso a qualquer momento. Nas entrelinhas, analisa este mero colunista, para eles não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”.
O cenário onde os bolsonaristas já trabalham é o de que a PF expôs de vez qual o objetivo – a prisão de Jair Bolsonaro -, e, agora, parecem tentar colar o discurso que mais criticaram e fizeram troça à época da prisão de Lula da Silva: o de perseguido político.
Basta dar uma navegada pelos perfis de políticos, influenciadores e blogs bolsonaristas. Suas páginas estão inundadas de vídeos, manchetes e frases de efeito que levam a crer que a operação da PF, ratificada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não passa de um esquema persecutório com a intenção “prender Bolsonaro a todo custo”.
Não será nenhuma surpresa se (ou quando?) o ex-presidente for preso e começarem a circular bandeiras e camisetas com a face de Jair e a frase “Bolsonaro Livre!”, tal qual observado ao longo do período em que o atual presidente Lula esteve confinado.
Sim, o discurso pode colar. Mas a possível prisão de Bolsonaro não é o único fantasma que assombra o PL. A legenda teme que, se realmente comprovado um dos eixos de investigação da PF – o de que o PL usou da estrutura do partido para montar um “QG do golpe” – , a possibilidade de cassação da sigla (já pedida por um senador da República) passe a ganhar forma.
É claro, sabemos, é altamente improvável, diria quase impossível, que a legenda com a maior bancada da Câmara tenha seu registro cassado. No entanto, o argumento pode fazer com que o PL crie mais um “grito de guerra” para a militância bolsonarista.
De todo modo, o PL parece se preparar com tudo o que tem para o desfecho próximo da operação da Polícia Federal. Desfecho esse que, de um jeito ou de outro, não será nada agradável para a sigla que viveu seus dias de glória nas últimas eleições e que agora amarga com a possibilidade de até deixar de existir.
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